Por Nayara Figueiredo
SÃO PAULO (Reuters) - A Vibra Energia (SA:VBBR3) teve lucro líquido de 325 milhões de reais para o primeiro trimestre, queda de 33,9% ante igual período do ano anterior, principalmente em função dos impactos das operações com hedge de commodities e recuo nas vendas de combustíveis, disse a companhia nesta segunda-feira.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de 1,107 bilhão de reais no trimestre, redução de 6,3% no comparativo anual.
Segundo a companhia, o hedge de commodities gerou um efeito negativo de 54 reais por metro cúbico, que afetou as despesas operacionais da Vibra no período.
"As elevações de preços de commodities pressionam a necessidade de capital de giro, tanto pelo aumento de custo do inventário quanto pelo maior montante dedicado à carteira de crédito concedido a clientes", disse a empresa em relatório.
"Observamos essas implicações ao longo do primeiro trimestre e não podemos descartar no momento os cenários em que a eventual continuidade do conflito (entre Rússia e Ucrânia) gere novas pressões repentinas de preços, especialmente do diesel", acrescentou.
Neste cenário, a companhia disse que fez captações adicionais de recursos e observa com cautela a manutenção de sua liquidez, especialmente em face das incertezas sobre eventuais novas altas do petróleo e seus derivados.
A Vibra ainda disse que pesou sobre o lucro líquido o reconhecimento de 516 milhões de reais decorrente da constituição da joint venture de conveniência Vem e da integralização da Vibra Comercializadora na Comerc.
A receita líquida da companhia somou 38,38 bilhões de reais entre janeiro e março, um incremento de 46,9% ante o primeiro trimestre do ano passado.
Por outro lado, o volume de vendas caiu 3,7% no mesmo intervalo, para 8,98 milhões de metros cúbicos, em razão do recuo na comercialização de coque de (-72,2%) e de óleo combustível (-39,1%), parcialmente compensado pelas maiores vendas de combustível de aviação de (+33,7%).
A Vibra destacou que o volume de vendas teve uma queda mais expressiva quando comparado ao último trimestre de 2021, de 9,9%, em reflexo a uma baixa de 5,9% na comercialização de diesel, redução de 56,1% no óleo combustível e recuo de outros 7,6% no ciclo Otto. Pesou positivamente o incremento na venda de coque (+20,3%) e combustível de aviação (+2,0%).
A rival Ipiranga, do grupo Ultrapar (SA:UGPA3), divulgou na semana passada queda de 7% nas vendas do ciclo Otto e baixa de 4% nas vendas de diesel ante o quarto trimestre do ano passado.
"Tais variações são reflexo da sazonalidade habitual do setor agravadas pelos efeitos de uma nova onda da Covid-19, consequências de um surto de Influenza, somando-se as chuvas torrenciais em algumas localidades no Brasil", afirmou a Vibra no balanço.