A receita líquida do segmento do setor de máquinas agrícolas deve cair cerca de 10% no ano de 2024, após recuar 21% no ano passado, projetou nesta quarta-feira, 28, o presidente da Câmara Setorial de Máquinas e Implementos Agrícolas da Abimaq, Pedro Estevão, durante coletiva de apresentação dos dados de janeiro do setor.
Ele destaca, porém, que essa projeção ainda é "otimista", uma vez que as quedas podem ser ainda mais acentuadas, a depender, entre outras coisas, dos efeitos do clima sobre a produção agrícola do País ao longo do ano. "A projeção fica condicionada a vários vetores ainda, o primeiro deles é como vai se comportar a segunda safra de milho neste ano", destacou Estevão.
Ele também cita que há incerteza com qual será o nível de juro adotado dentro do plano safra em 2024, o que pode interferir no nível de investimento do setor agro em máquinas. "Ou seja, o 10% de queda é em um cenário otimista. Se tivermos componentes piores, como um plano safra sem ser robusto e o clima ruim, esse número pode piorar", destacou. "Conjunturalmente, 2024 será um ano ruim para o setor", acrescenta.
Do ponto de vista estrutural e no longo prazo, porém, Estevão pontuou que segue otimista para a produção agrícola no País e a venda de máquinas voltadas para o setor. Além de destacar que os efeitos do clima sobre a produção em 2024 são pontuais, ele citou a perspectiva de aumento das exportações brasileiras de alimentos nos próximos anos o que, consequentemente, significaria o aumento da área plantada no País. "E aí não tem máquina sobrando no Brasil para isso", apontou.