Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - As ações da TIM ampliavam queda nesta nesta quarta-feira para cerca de 9 por cento, em meio ao ruído gerado pela informação divulgada pela companhia de que pagará royalties pelo uso de sua própria marca para a controladora Telecom Italia.
A queda revertia movimento de mais cedo, quando a cotação intradia da ação da TIM bateu recorde em meio à repercussão positiva da divulgação do resultado financeiro do primeiro trimestre.
Às 12:31, os papéis desabavam 9,1 por cento, a 14,41 reais, liderando as perdas do Ibovespa, que subia 0,7 por cento. No pior momento, caíram 10,7 por cento, a 14,14 reais.
De acordo com a TIM, o conselho de administração aprovou na véspera contrato de licenciamento de uso da marca TIM com a Telecom Italia e suas subsidiárias, mediante o pagamento de royalties, para o ano de 2018, em percentual de 0,5 por cento sobre a receita líquida total.
O contrato terá vigência até o final de 2020, podendo o percentual de royalties ser ajustado para até 0,7 por cento a partir de janeiro de 2019, mediante nova aprovação do conselho de administração da companhia.
"A combrança de royalties é uma surpresa negativa, conforme deve representar uma despesa anual de 90 milhões de reais, com valor presente líquido de 1 bilhão de reais (após) taxa, correspondente a 2,5 por cento do nosso valor justo para a ação da TIM", disseram analistas do Bradesco BBI, avaliando, contudo, que a queda das ações era injustificada.
"A gestão reiterou a projeção para 2018 e 2020, mesmo com essa nova despesa, enquanto nossas estimativas para 2020 já estão cerca de 4 por cento abaixo do guidance. Além disso, acreditamos que a administração apresentou argumentos sólidos que devem minimizar os questionamentos sobre questões de governança corporativa", escreveram Fred Mendes e Tales Freire.
Na máxima, mais cedo, as ações subiram 2,33 por cento, a 16,22 reais, cotação intradia recorde. Além do ruído sobre os royalties, operadores citaram alguma realização de lucros nos papéis, uma vez que as ações da operadora de telefonia tinham acumulado alta de mais de 24 por cento no ano até a máxima desta sessão. Apenas em abril a valorização foi de 11 por cento.
A TIM reportou no final da terça-feira lucro líquido de 250 milhões de reais, alta de 89,1 por cento ante o mesmo período de 2017, e anunciou que o conselho de administração aprovou pagamento de 230 milhões de reais em juros sobre capital próprio referente ao primeiro trimestre.
Na visão de analistas do Credit Suisse, a TIM confirmou as expectativas de outro trimestre positivo. "As receitas com serviços e o Ebitda vieram em linha com nossos números... O Ebitda cresceu 16 por cento ano a ano e teria crescido 18 por cento se não fossem os custos temporários", escreveram em relatório distribuído a clientes.