Por Edward Taylor e Ilona Wissenbach
GENEBRA (Reuters) - Após um século construindo o que chama de "a máquina de dirigir definitiva", a BMW está se preparando para um mundo no qual seus clientes serão meros passageiros de carros sem motoristas.
Dias antes do aniversário de 100 anos da BMW, um membro do conselho para pesquisa e desenvolvimento descreveu planos para uma companhia completamente atualizada, na qual metade da equipe do setor será composta por programas de computador, competindo com empresas como a controladora do Google, Alphabet, para construir o cérebro de carros sem motorista.
"Para mim é uma competência central ter o carro mais inteligente", disse Klaus Froehlich em entrevista à Reuters na feira automobilística de Genebra.
Conforme o mundo de alta tecnologia abre novas oportunidades de negócios, a BMW vê entre seus competidores empresas como a companhia de táxis online Uber e o site de vendas Truecar, que Froehlich descreveu como "novas intermediárias".
"Nossa tarefa é preservar nosso modelo de negócios sem entregá-lo a uma empresa de Internet. Senão acabaremos como a Foxconn para uma companhia como a Apple, entregando apenas partes de metal para eles", disse Froehlich.
A BMW terá que acelerar o ritmo rapidamente, fechando acordo com uma nova rede de fornecedores, muitos de fora da indústria automotiva tradicional.
"Temos algumas coisas para correr atrás na área de aprendizagem de máquinas e inteligência artificial", disse ele.
Hoje engenheiros de software representam apenas 20 por cento dos 30 mil empregados, terceirizados e equipe de fornecedores que trabalham em pesquisa e desenvolvimento para a BMW.
"Se quero chegar a uma relação de 50 para 50 nos próximos cinco anos, preciso conseguir força de trabalho equivalente a outras 15 mil a 20 mil pessoas de parcerias com fornecedores e outros lugares", disse Froehlich, acrescentando que as escolas alemãs não estão produzindo engenheiros de tecnologia suficientes para a BMW contratar todos em território doméstico.