Por Senad Karaahmetovic
O analista da Bernstein, Toni Sacconaghi, fez previsões sobre o balanço da Apple para o 3º tri fiscal, que será divulgado no dia 28 de julho, após o fechamento do mercado.
Sacconaghi está acima do consenso em relação ao LPA e à receita. Ele considera que a Apple (NASDAQ:AAPL (BVMF:AAPL34) reportará um lucro por ação de US$ 1,19 sobre um faturamento de US$ 84 bilhões, acima do consenso de LPA de US$ 1,15 sobre uma receita de US$ 82,5 bilhões.
Sacconaghi também vê “uma disponibilidade de oferta maior do que a esperada no trimestre e uma saudável demanda chinesa”, o que deve compensar obstáculos cambiais adicionais (-170 pb).
Quando à perspectiva para o 4º tri fiscal, o analista espera que a Apple continue fornecendo “projeções”, em vez de apenas uma previsão. Ele também ressalta que as ações da empresa tendem a se destacar com o lançamento do iPhone, previsto para setembro.
“Vemos forças conflitantes operando na AAPL no 4º tri fiscal. Por um lado, embora o cenário de produção e componentes seja mais benigno no 4º tri, é possível que a Apple entregue um crescimento sequencial melhor (e provavelmente acima do consenso) no 4º tri, graças em parte à recomposição de estoques. Por outro lado, uma fraqueza maior dos consumidores e obstáculos cambiais podem pesar sobre os resultados. Acreditamos que qualquer comentário que aponte para um crescimento a/a de pelo menos um dígito elevado no 4o tri fiscal seria encarado com otimismo (considerando o consenso de +8%)", escreveu Sacconaghi em nota aos clientes.
Apesar de alguns pontos positivos, Sacconaghi alerta para o risco nas estimativas de LPA em 2023, que podem se revelar “altas demais”.
“A Apple é uma empresa centrada no consumidor e altamente transacional, com menos de 10% da sua receita e lucro sendo recorrentes, ou seja, pode estar vulnerável a uma queda. Ainda que seja muito cedo para dizer como será o ciclo do iPhone 14, continuamos acreditando que a AAPL pode ter tido um resultado excepcionado nos anos fiscais de 2021 e 2022, em meio ao ambiente de trabalho/estudo em casa e fortes gastos dos consumidores, o que pode sofrer uma reversão, especialmente se houver uma mudança nas prioridades das despesas com consumo”, complementou o analista.
Quanto ao valuation, Sacconaghi diz que a relação de risco-retorno nos próximos 6 meses a 2 anos para as ações da Apple varia de “neutra a levemente negativa”.