Por Huw Jones
LONDRES (Reuters) - O órgão regulador do setor bancário da União Europeia disse que as diretrizes em elaboração para estimular fintechs transfronteiriças incluirão recomendações para o projeto básico de uma 'sandbox' e um centro de inovação.
A sandbox, ou ambiente controlado que alguns países oferecem para o teste de novas aplicações com clientes, foi lançada pela primeira vez pelo Reino Unido e é considerada pelo setor como tendo ajudado Londres a se tornar um grande polo de fintechs.
Apenas dois outros países da UE, a Dinamarca e a Holanda, têm esses ambientes e a saída do Reino Unido da UE no próximo ano pressionou Bruxelas a intensificar os esforços para encorajar fintechs a se instalarem no bloco.
Elisabeth Noble, especialista na Autoridade Bancária Europeia (EBA, na sigla em inglês), disse que o órgão de fiscalização publicará suas diretrizes em dezembro.
"Nosso relatório em dezembro incluirá uma análise comparando as sandboxes e os centros de inovação atuais e as recomendações para o projeto central de um centro de segurança e inovação", disse Noble à Reuters em comunicado.
Os centros de inovação são um fórum para os reguladores e fintechs discutirem ideias, enquanto as 'sandboxes' permitem testar novos produtos, como fazer pagamentos usando um smartphone com clientes - tudo sem ter que passar por um processo de autorização completo caro e demorado.
"Esperamos que este relatório leve a uma abordagem comum e mais coordenada, para ajudar na expansão transfronteiriça das fintechs, que precisam de 'sandboxes' e centros de inovação trabalhando juntos", disse Noble.
A introdução no início do ano de novas regras de pagamentos eletrônicos transfronteiriços da UE, que permitem que startups acessem aos dados bancários de um cliente para oferecer novos serviços, está impulsionando a procura de mais 'sandboxes'.
Já existem 16 centros de inovação ou fóruns em toda a UE, incluindo no Reino Unido, para fintechs e reguladores discutirem ideias.
As recomendações da EBA darão algum espaço para adaptação aos mercados nacionais, disse Noble.
Sua análise até agora não descobriu barreiras na legislação da UE para a criação de sandbox, mas alguns reguladores nacionais não o fizeram por falta de recursos, disse Noble.
Cerca de 90 empresas usaram a 'sandbox' criada pela britânica Financial Conduct Authority em maio de 2016 para testar novos produtos como ativos de criptografia, serviços e modelos de negócios.
(Reportagem de Huw Jones)