Por Sarah N. Lynch e Michelle Price
SÃO FRANCISCO/WASHINGTON (Reuters) - Um exército online de céticos e investigadores amadores que passou anos promovendo apostas contra a Tesla (NASDAQ:TSLA) vê uma oportunidade para renovar a pressão sobre a montadora elétrica após o fracasso da proposta do presidente-executivo, Elon Musk, para fechar o capital da empresa.
O plano de fechar o capital da montadora a 420 dólares por ação anunciado por Musk no Twitter (NYSE:TWTR) eliminaria apostas de curto prazo na Tesla e tiraria as finanças da empresa da atenção pública.
Mas o anúncio abrupto de Musk na última sexta-feira de que estava descartando o plano e informações de que a Securities and Exchange Commission (SEC) está investigando os tuítes do executivo incentivaram os céticos da Tesla.
"É uma situação ridícula", disse Brodie Ferguson, canadense de 25 anos cujo interesse por Tesla vem de vídeos sobre outros empreendimentos de engenharia de Musk.
Ferguson é um dos milhares de céticos que usam o Twitter para coletar dados financeiros, fotos, imagens de satélite e vídeo das instalações para esclarecer os números de produção e vendas da empresa e sustentar sua visão de que as ações estão supervalorizadas.
Um porta-voz da montadora se recusou a comentar sobre esses críticos, frequentemente apelidados de "inimigos" pelos apoiadores de Musk no Twitter.
Essa comunidade de céticos é composta principalmente por investidores de varejo e investigadores por hobby que se organizam em contas no Twitter.
Eles usam drones para coletar imagens das instalações de produção da Tesla, vasculham os arquivos financeiros da montadora e investigam as declarações de Musk em busca de inconsistências.
Os céticos disseram que agora todos os olhos estarão voltados para o crescente litígio contra a Tesla, o progresso da investigação da SEC e o fluxo de caixa e dívidas da Tesla.
A Tesla disse a investidores no início deste mês que espera apresentar lucro no terceiro e quarto trimestres e reiterou que não planeja buscar novos capitais dos acionistas, algo que os analistas de Wall Street questionaram.
(Por Sarah N. Lynch e Michelle Price)