LISBOA (Reuters) - A angolana Isabel dos Santos lamenta a indisponibilidade da Oi em aceitar sua oferta pública de aquisição (OPA) da Portugal Telecom SGPS, e está ponderando a alteração de algumas condições rejeitadas pelos brasileiros, segundo o porta-voz da empresária.
Ele disse que, tendo tomado conhecimento do mais recente comunicado publicado pela Oi, "lamenta" a "indisponibilidade" da empresa brasileira para atender quaisquer condições estipuladas na OPA.
O Conselho de Administração da operadora brasileira de telecomunicações disse na noite de segunda-feira que a OPA era "inaceitável", pois resultaria na alteração dos termos de sua fusão com a Portugal Telecom SGPS, o que já havia sido considerado "descabido" pela administração da companhia.
"Lamentamos muito que a Oi tome essa decisão sem ponderar devidamente a proposta de criação de valor apresentada, sem sequer ouvir as partes interessadas que, para além de si, estão envolvidas", disse o porta-voz.
"Estamos neste momento ponderando prescindir das condições elencadas nas alíneas 6, 7, 8, 9 do item 14 do anúncio preliminar (da oferta)", acrescentou.
No domingo, a Terra Peregrin, empresa de Isabel dos Santos, lançou uma OPA pela Portugal Telecom SGPS, visando alcançar uma participação relevante embora minoritária na Oi e manter a unidade da Portugal Telecom.
"Reafirmamos que esta é uma proposta de criação de valor que envolve a Oi e os seus acionistas, e que permitirá a manutenção da unidade da Portugal Telecom, evitando o desmantelamento da empresa portuguesa, que é uma das mais importantes da economia", afirmou o porta-voz da empresária, que é filha do presidente de Angola.
"Acreditamos muito neste projeto e, desde que consigamos reunir vontades, faremos tudo o que estiver ao nosso alcance para concretizá-lo", concluiu.
(Por Sérgio Gonçalves)