PEQUIM (Reuters) - A censura ao maior aplicativo de mensagens da China, o WeChat, vai além das fronteiras do país, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira, com o bloqueio das mensagens do exterior contendo termos sensíveis que são enviadas para contas no país.
A China ampliou os esforços para remover conteúdo online não sancionado no ano passado e aumentou as medidas de vigilância, recebendo o apoio de importantes empresas de tecnologia chinesas, incluindo Alibaba Holdings e Tencent Holdings, que é a dona do WeChat.
"A Tencent respeita e cumpre com as leis e regulamentações locais nos países em que operamos", disse uma porta-voz da Tencent à Reuters, sem contar sobre ferramentas de censura diretamente.
Mensagens de contas no exterior contendo termos considerados sensíveis pelo governo chinês, como referências ao movimento espiritual Falun Gong, que foi proibido, não aparecem no serviço após terem sido enviadas, se foram enviadas para ou a partir de uma conta relacionada a um número chinês, mostrou um relatório divulgado pelo Citizen Lab nesta quinta-feira.
O problema afetou particularmente mensagens de grupos incluindo três ou mais usuários e continua a afetar usuários que passaram a adotar números estrangeiros, de acordo com os pesquisadores.
"As ferramentas (do WeChat) são baseadas em registros de contas e a censura é outra ferramenta que eles podem ligar ou desligar, dependendo do tipo de conta que você tem", disse à Reuters um dos pesquisadores do projeto.
(Por Cate Cadell)