WELLINGTON (Reuters) - O ministro da Justiça da Nova Zelândia pediu nesta quarta-feira que o Google não seja "mau" depois que a empresa não cumpriu uma ordem de sigilo relacionada ao caso do assassinato de uma mochileira britânica.
A morte de Grace Millane, de 22 anos, no ano passado chocou a Nova Zelândia, onde crimes graves são relativamente raros e suas cidades são consideradas seguras. Um homem da Nova Zelândia, acusado do crime, se declarou inocente em janeiro e seu nome foi mantido em sigilo por um tribunal em Auckland.
No entanto, o nome do homem apareceu em email do Google sobre "o que é tendência na Nova Zelândia", enviado para milhares de assinantes.
Apesar das garantias do Google em reuniões com funcionários do governo, a questão continua sem solução, disse o ministro da Justiça, Andrew Little.
"Minha mensagem para o Google é: não seja mau. Faça a coisa certa", disse Little em um vídeo publicado em sua conta no Twitter, referindo-se ao antigo lema da empresa "não seja mau".
"Tivemos uma situação em que, em um julgamento muito importante - o caso de Grace Millane - um jornal, ajudado pelo Google, publicou informações que o juiz disse terem sido mantidas em sigilo", disse Little.
"Isso está errado e tenho ficado um pouco frustrado com o fato do Google não descobrir qual é o problema e o que eles podem fazer para evitar que isso aconteça novamente", acrescentou.
Um representante do Google disse que a empresa respeita as leis da Nova Zelândia e entende a sensibilidade em torno do problema.
"Quando recebemos ordens judiciais válidas, incluindo ordens de sigilo, analisamos e respondemos adequadamente", disse o representante em comunicado enviado por email à Reuters.
Millane, que estava viajando pela Nova Zelândia depois de se formar na faculdade, desapareceu em Auckland, maior cidade do país, em 1 de dezembro. A polícia encontrou seu corpo em uma área de mata, a alguns metros de um ponto turístico.
(Por Praveen Menon)