DUBAI (Reuters) - A organização de energia atômica do Irã disse que um servidor de e-mail pertencente a uma de suas subsidiárias foi hackeado a partir de um país estrangeiro e as informações foram publicadas online, informou a mídia estatal neste domingo.
Um grupo iraniano de hackers, Black Reward, disse em um comunicado publicado no Twitter que divulgou informações hackeadas relacionadas às atividades nucleares iranianas, declarando a ação um ato de apoio aos manifestantes no Irã.
A declaração, publicada no sábado, terminou com as palavras "Em nome de Mahsa Amini e pelas mulheres, vida, liberdade" - uma demonstração de apoio aos protestos desencadeados pela morte de Amini sob custódia da polícia moralista no mês passado.
O Black Reward disse que as informações divulgadas incluem "agendamentos de gerenciamento e operação de diferentes partes da usina de Bushehr", passaportes e vistos de especialistas iranianos e russos que trabalham lá e "contratos e acordos de desenvolvimento atômico com parceiros nacionais e estrangeiros".
O departamento geral de diplomacia pública e informação da organização de energia atômica minimizou o significado das informações divulgadas, dizendo que "essa medida foi feita com o objetivo de atrair a atenção do público".
"Deve-se notar que o conteúdo dos e-mails dos usuários contém mensagens técnicas e trocas rotineiras e cotidianas atuais", informou a mídia estatal.
O Black Reward, em um comunicado publicado em 21 de outubro, ameaçou divulgar informações hackeadas em 24 horas, a menos que as autoridades liberassem prisioneiros políticos e pessoas presas durante os distúrbios.
As negociações entre as potências mundiais e o Irã com o objetivo de reviver seu acordo nuclear de 2015 estão paralisadas, com os Estados Unidos dizendo em 12 de outubro que Teerã mostrou pouco interesse em reviver o pacto.
(Reportagem da redação de Dubai)