Por Anthony Boadle e Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - Esqueça o vôlei de praia, o futebol ou o tênis. O game Pokémon Go está disputando com a Olimpíada Rio 2016 o título de jogo mais popular do momento entre jovens brasileiros.
Centenas deles tomaram um parque do Rio nesta sábado com seus telefones celulares nas mãos à caça de criaturas virtuais no jogo de realidade aumentada que se tornou uma febre no Brasil desde que foi lançado no país, dois dias antes da abertura da Olimpíada.
"Fui para um jogo de futebol para ver o Brasil enfrentar a Suécia, mas depois que começou o Pokémon Go, eu perdi o interesse", disse a estudante Lourdes Durmo na Quinta da Boa Vista.
O aplicativo, desenvolvido pela empresa Niantic, na qual a Nintendo tem grande participação, usa realidade aumentada e mapeamento via GPS para fazer com que personagens animados apareçam no mundo real. Os jogadores veem criaturas na tela por meio da câmera do celular.
A terceira maior operadora de telefonia móvel do Brasil, a Claro, estima que perto de 2 milhões de seus usuários baixaram o game somente na região do Rio de Janeiro desde o lançamento em 3 de agosto. Um executivo da empresa disse que quase 60 por cento desses usuários estão dentro ou nos arredores das arenas olímpicas caçando Pokémons.
"Tem gente que chega mais cedo ou mais tarde (aos eventos olímpicos) só para caçar Pokémon”, disse à Reuters um executivo da empresa, que pediu anonimato.
“Temos uma força-tarefa montada para os Jogos e o Pokémon é um dos focos. Virou uma febre e cerca de 60 por cento dos caçadores estão nos locais olímpicos”, acrescentou.
No parque da Quinta da Boa Vista, jovens exploravam o local em busca de Pokémons para sua coleção.
"Não existe interesse na Olimpíada aqui, só em como chegar ao próximo ponto onde pode ter mais Pokémons", disse o sociólogo João Carlos Barssani, de 31 anos, ele próprio participando da caçada.
Também neste sábado, um voluntário usava um megafone na estação do corredor de ônibus BRT próximo ao Parque Olímpico da Barra para avisar às pessoas que evitassem caçar Pokémon no local.
“Atenção! Tem muita gente junta, não cassem Pokémon nas escadas de acesso para não atrapalhar o fluxo”, alertava.