JERUSALÉM (Reuters) - Para aqueles que sobreviveram ao Holocausto, as memórias nunca podem ser apagadas, mas esta geração está morrendo. Educadores e historiadores estão procurando novas maneiras de manter sua experiência viva e se conectar com os mais jovens.
Com o filme "Triunfo do Espírito" visto através de um óculos de realidade virtual, os espectadores se encontram no campo de extermínio nazista de Auschwitz.
Mais de 1,1 milhão de pessoas, cerca de 90% delas judias, foram mortas em Auschwitz, apenas um entre uma rede de campos administrados pela Alemanha nazista em solo polonês ocupado durante a Segunda Guerra Mundial.
O site está aberto aos visitantes como um memorial e museu. Usando a realidade virtual, os espectadores têm a mesma experiência sem precisar viajar.
"Você vê os sapatos das pessoas, vê... todas as suas coisas", disse David Bitton, um adolescente judeu de 16 anos depois de assistir ao filme em Jerusalém. “Quando você assiste, é como um pesadelo no qual você não quer estar.”
Um relatório da Organização Sionista Mundial antes do Dia Internacional da Memória do Holocausto nesta sexta-feira descreve um aumento no antissemitismo global depois que a pandemia da Covid-19 criou uma "nova realidade" à medida que a atividade foi desviada para as redes sociais.
Os três cineastas por trás do projeto esperam que tecnologias como realidade virtual tenham um impacto positivo. Eles estão oferecendo a experiência para grupos que podem agendar uma exibição e usuários individuais podem assistir ao filme em um shopping em Jerusalém.
Os espectadores fazem um tour guiado pela vida judaica na Polônia antes do Holocausto, visitam o campo de extermínio nazista e depois fazem um tour por Israel enquanto ouvem histórias de sobreviventes.
Para Menachem Haberman, de 95 anos, que foi enviado para Auschwitz em 1944 em um trem de gado, a experiência imersiva foi avassaladora. Ele chorou ao remover os óculos de realidade virtual.
"Senti que voltei ao mesmo período desde o início", disse ele. "Eu vi todas essas coisas e me lembrei de algumas coisas que até hoje não consigo esquecer."
(Reportagem de Emily Rose)