Por Doina Chiacu e Lisa Lambert
WASHINGTON (Reuters) - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou as empresas de mídia social na sexta-feira de silenciarem "milhões de pessoas" em um ato de censura, mas sem oferecer evidências para apoiar a afirmação.
"Gigantes das redes sociais estão silenciando milhões de pessoas. Não podem fazer isso, mesmo que signifique continuarmos ouvindo notícias falsas, como a CNN, cujos índices têm sofrido gravemente. As pessoas têm que descobrir o que é real e o que não é, sem censura!", escreveu Trump em publicação no Twitter (NYSE:TWTR) sem mencionar empresas específicas.
Trump também criticou os meios de comunicação social, na última semana, ao dizer, sem fornecer provas, que empresas não identificados foram "totalmente discriminatórias contra vozes republicanas/conservadoras".
Os comentários de Trump seguem-se à decisão da Apple (NASDAQ:AAPL), Youtube, da Alphabet (NASDAQ:GOOGL), e Facebook (NASDAQ:FB) de remover parte do conteúdo postado pelo Infowars, um site operado pelo propagador de teorias da conspiração Alex Jones. A conta de Jones no Twitter foi temporariamente suspensa em 15 agosto.
Em uma entrevista à Reuters na segunda-feira, Trump disse que era "muito perigoso" para as empresas de mídia social como Twitter e Facebook silenciarem vozes em seus serviços.
Os comentários de Trump também surgem conforme o setor de mídia social enfrenta um crescente escrutínio do Congresso norte-americano sobre o policiamento da propaganda estrangeira.
Na terça-feira, o Facebook, o Twitter e a Alphabet removeram centenas de contas vinculadas a uma suposta operação de propaganda iraniana, enquanto o Facebook disse que removeu uma segunda campanha que seria ligada à Rússia.
As agências de inteligência dos EUA concluíram que a Rússia tentou influenciar a eleição presidencial de 2016 por meio de hackers e outras ações, inclusive usando as mídias sociais em uma campanha de influência.
Quando perguntado pela Reuters sobre as alegações de censura de Trump, o Twitter apontou para as três horas de depoimento sob juramento que o chefe de estratégia de política pública da empresa, Nick Pickles, deu recentemente a um comitê da Câmara dos Deputados. Ele disse que as alegações de que o Twitter está proibindo vozes conservadoras são falsas e infundadas e que trabalha para definir e agir contra "má conduta, não contra um tipo específico de discurso".
Representantes do Facebook se recusaram a comentar.