TAIPÉ (Reuters) - A Uber Technologies pediu que a presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, deixe os taiuaneses decidirem se querem ou não os serviços da empresa no país. Os comentários, feitos em uma carta aberta publicada no site do Uber nesta quinta-feira, surgem em meio à disputa travada entre o governo local e a companhia norte-americana.
Nesta semana, autoridades do setor de transportes informaram que pedirão à Apple e à holding do Google que retirem os aplicativos Uber de suas lojas, incluindo o UberEATS, o mais novo serviço de entrega de comida.
No fim de outubro, o governo taiuanês comunicou que os parlamentares teriam chegado a um consenso sobre a elevação de potenciais multas que afetariam as operações do Uber no país dos atuais 150 mil dólares taiuaneses (4.707,36 dólares) para até 25 milhões de dólares taiuaneses.
"Esses desdobramentos ameaçam diretamente os interesses de mais de um milhão de cidadãos taiuaneses, especialmente mães, pais, aposentados, profissionais, e os desempregados que agora dependem das oportunidades econômicas criadas pelo Uber", disse a companhia em carta assinada por Mike Brown, gerente regional da Uber na região Ásia-Pacífico.
O Uber opera em Taiwan mais como uma plataforma online que como uma empresa de transporte, o que autoridades taiuanesas consideram uma descaracterização dos serviços e, portanto, exigem o pagamento de impostos.
A empresa alega que cumpre com as regulações locais, incluindo o pagamento de tributos. A companhia já se deparou com problemas legais similares em outros mercados da Ásia.
A Uber chegou a Taiwan em 2013 e sua crescente popularidade desagradou motoristas de taxi, que chegaram a promover uma grande manifestação contra o serviço no início deste ano.