Por Emily Chow
XANGAI (Reuters) - Medições de temperatura, uso obrigatório de máscaras e higiene rigorosa – mais parece um hospital do que uma escola, mas os estudantes de Xangai, que voltam às aulas depois de três meses de isolamento, estão entusiasmados.
"Estou muito animada de voltar à escola. Normalmente ansiamos pelas férias, mas de repente as férias ficaram muito longas. Desta vez, estávamos ansiosos para voltar à escola, onde podemos ver nossos amigos e professores", disse Zhang Jiayi, de 17 anos, à Reuters.
Ela é uma dos alunos mais velhos que retomaram os estudos em Xangai nesta semana, graças a uma reabertura escalonada adotada após as interdições impostas para conter a disseminação do novo coronavírus.
Mas não é mais a escola que eles conheciam.
Alunos e funcionários têm que entrar atravessando um escâner termal e precisam usar máscaras até dentro da sala de aula. As paredes estão cobertas de pôsteres sobre medidas para combater o coronavírus, e na cantina impecavelmente limpa há divisórias de vidro entre as mesas para que só dois estudantes possam comer juntos.
Zhang não se intimida. Ela disse que se acostumou com tais medidas, que se tornaram a norma nos espaços públicos da cidade.
O retorno gradual da China às aulas será acompanhado atentamente pelo mundo todo, já que muitos pais têm dificuldade para monitorar os estudos dos filhos em casa, mas ao mesmo tempo temem o risco de uma nova onda de infecções.
A China avança com cautela. Cada região tem um cronograma diferente. As escolas de algumas províncias de risco menor, como Qinghai e Guizhou, reabriram em março, e estudantes de outras regiões têm tido aulas pela internet.
Nas grandes cidades de Xangai e Pequim, a reabertura mal começou –Zhang voltou às aulas na quarta-feira.
O diretor da escola, Feng Zhigang, disse aos repórteres que os alunos foram obrigados a usar máscaras para evitar a propagação do vírus, exceto durante as refeições, e que desinfecções são feitas com frequência.
"Estes locais são de alto risco para infecção cruzada", explicou. "Quando os estudantes não estão na sala de aula, fazemos desinfecções em períodos fixos."
Em cantinas e salas de aula, os alunos têm que se sentar a um metro de distância para evitar o contato com gotículas de respiração e de saliva. A escola também tem um estoque de desinfetantes, equipamentos de proteção pessoal, luvas, gel antisséptico e máscaras na enfermaria, de acordo com as exigências do governo de Xangai.
((Tradução Redação São Paulo, 5511 56447759)) REUTERS ES