Por Luis Jaime Acosta
BOGOTÁ (Reuters) - Os governos da Colômbia e do Brasil destruíram 19 dragas na selva amazônica que eram usadas para a extração ilegal de ouro, usados para produzir 23 quilos de metal por mês no valor estimado de 1,5 milhão de dólares, e que causaram a poluição por mercúrio nos rios da região, informaram as Forças Armadas colombianas nesta quarta-feira.
A operação binacional, que contou com o apoio dos Estados Unidos, permitiu atingir as finanças do grupo criminoso transnacional Família do Norte, que com a extração ilícita de ouro despejou 114 mil gramas de mercúrio e contaminou 68 milhões de litros de água por mês, segundo as autoridades colombianas.
“Os pontos operacionais descobertos tinham capacidade para extrair mensalmente 23 quilos de ouro... o que se tornou fonte de financiamento para armas e explosivos e aquisição de insumos químicos pela estrutura criminosa conhecida como Família do Norte", disse um comunicado oficial.
O Brasil e a Colômbia são dois dos países com maior biodiversidade do mundo, com áreas de seus territórios continentais cobertas pela floresta amazônica, bioma que os cientistas consideram vital para conter as mudanças climáticas catastróficas por conta de sua enorme capacidade de absorção de gases causadores do efeito estufa.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, já fizeram apelos em eventos internacionais pela proteção da Amazônia e pelo fim do desmatamento.
Na Colômbia, 12 barcos de três andares com casas de máquinas, armazenamento de sedimentos e alojamentos foram destruídos nos rios Puré e Pureté. As autoridades brasileiras eliminaram sete dessas mesmas embarcações em seu território.
“Estamos diante de uma operação binacional histórica contra a extração ilícita de jazidas de mineração, com o objetivo de proteger este pulmão do mundo”, afirmou o diretor da Polícia Nacional da Colômbia, general William René Salamanca.