HAVANA (Reuters) - Crianças, adolescentes e jovens acordaram cedo nesta terça-feira em Cuba e voltaram às aulas no reinício do ano letivo de 2019-2020, interrompido há cinco meses por causa do coronavírus.
Nas escolas primárias, secundárias, universidades e no ensino técnico os estudantes voltaram a entrar em sala de aula, evitando cumprimentos efusivos e abraços, colocando os livros em suas carteiras enquanto os professores explicavam diante dos quadros negros.
"É um desafio muito grande o reinício do curso escolar, creio que nas duas direções. Primeiro, para os que recomeçam em suas instituições educacionais, para manter os espaços, as escolas, como lugares seguros para nossos estudantes", disse a ministra cubana da Educação, Ena Elsa Velázquez, ao canal estatal de televisão.
Velázquez disse que a utilização de máscaras será obrigatória em cada instituição, enquanto será proibida a entrada de trabalhadores e estudantes com sintomas de doenças respiratórias nas aulas.
Autoridades cubanas realizaram um esforço coletivo nas últimas semanas para deixar prontos os centros escolares, separando os assentos de maneira a respeitar o distanciamento físico necessário entre alunos e professores, realizando também um processo de higienização.
"Nós pais estamos preocupados, mas chegamos a um ponto onde temos que viver com a pandemia pois, se não, não vamos mais sair, não vai acabar o ano letivo, não vai começar um ano novo, e temos de ter paciência e confiar. Temos que confiar no sistema de saúde, no país, e isso é o que nos resta", disse Patricia Méndez, mãe de dois estudantes do ensino primário.
O ano escolar começou na ilha caribenha na maioria das províncias do país, exceto em Havana e em algumas outras do ocidente, devido a novas ondas de casos do coronavírus.
Cuba reportou na terça-feira 33 novos casos diagnosticados, chegando a mais de 4 mil pacientes infectados com o vírus, e com 95 mortos. O governo busca frear o aumento de novos casos com um pacote de medidas restritivas, incluindo a imposição de um toque de recolher noturno por duas semanas.
(Reportagem da Reuters TV)