BRASÍLIA (Reuters) - A presidente Dilma Rousseff afirmou nesta quinta-feira que não fará uma reforma ministerial, mas apenas "alterações pontuais" no primeiro escalão, sem detalhar substituições, a não ser a escolha de uma pessoa "boa" para o Ministério da Educação, independentemente de partido político.
Dilma vem sendo aconselhada a buscar uma solução para a crise política com sua base aliada e uma das possibilidades para poderia ser uma reforma ministerial, antes mesmo de completar três meses do segundo mandato.
"Não tenho perspectiva de alterar nada, nem ninguém, mas as circunstâncias às vezes obrigam você a alterar, como foi o caso da Educação. Não tem reforma ministerial", disse Dilma a jornalistas nesta quinta-feira, após cerimônia no Palácio do Planalto.
Na véspera, após entrar em atrito com deputados da base governista, o então ministro da Educação, Cid Gomes, pediu demissão do cargo e Dilma aceitou o pedido. Ele argumentou que criaria dificuldades políticas para Dilma se continuasse no cargo.
Cid era filiado ao Pros, partido criado no ano passado, para onde o ex-ministro migrou depois de brigar com a cúpula do PSB, partido que deixou a base do governo e teve Marina Silva como candidata à Presidência no ano passado.
Questionada se escolheria alguém do PT para o Ministério da Educação e Cultura (MEC), Dilma rejeitou o critério partidário para a nomeação, e disse que a indicação será feita o mais rápido possível.
"Eu vou escolher a pessoa boa para a Educação e não a pessoa desse ou daquele partido", disse a presidente.
"O MEC não é dado para ninguém. É um dos (ministérios) mais importantes para o país", acrescentou.
Dilma também evitou comentar um documento da Secretaria de Comunicação Social (Secom) que foi divulgado pelo jornal O Estado de S.Paulo e relata um "caos político" no governo, que teria ainda comunicação "falha e errática".
O documento é atribuído ao ministro da Secom, Thomas Traumann. Segundo a presidente, no entanto, o texto "não é oficial" e "não foi discutido dentro do governo".
Questionada sobre a substituição de Traumann, Dilma não comentou.
(Por Jeferson Ribeiro)