Por Alexander Cornwell e Kate Abnett
DUBAI (Reuters) - A Moldávia se apresentou como candidata à presidência da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (ONU) do próximo ano e a Sérvia está considerando a possibilidade de sediar o evento, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto e um documento visto pela Reuters.
As propostas dos dois países são uma tentativa de resolver uma disputa geopolítica que tem deixado a COP29 sem um anfitrião.
As discussões sobre quem substituirá o atual anfitrião da COP28, os Emirados Árabes Unidos, chegaram a um impasse sem precedentes, com os países da região da Europa Oriental, que deve sediar a cúpula anual da ONU em 2024, incapazes de chegar a um acordo sobre um candidato.
A Moldávia agora se ofereceu para presidir as negociações, de acordo com uma carta do país para outros países do Leste Europeu, vista pela Reuters. O pequeno país sem litoral, no entanto, não se ofereceu para sediar o grande evento, disseram fontes familiarizadas com o assunto.
"Com a maior consideração pela importância da Conferência das Partes (COP) 29, o Ministério do Meio Ambiente da República da Moldávia pretende apresentar formalmente uma candidatura para presidir esse evento de grande impacto", diz a carta.
As fontes disseram à Reuters que a Sérvia estava considerando se candidatar tanto para sediar quanto para presidir a COP29, mas ainda não havia feito uma proposta formal.
Ainda não se sabe se algum desses países conseguirá a aprovação regional.
De acordo com as diretrizes da ONU, o presidente de uma COP é alternado entre cinco regiões globais e cabe aos países dessa região decidir unanimemente entre si quem assume o cargo.
Caso a Sérvia se ofereça como voluntária, espera-se que sua candidatura receba o apoio da Rússia e de sua aliada Belarus, segundo fontes diplomáticas. A Sérvia é um aliado tradicional da Rússia, mas, assim como a Moldávia, solicitou sua adesão à União Europeia.
O Ministério do Meio Ambiente da Moldávia e o gabinete do presidente da Sérvia não responderam aos pedidos de comentários.
O presidente da COP desempenha um papel fundamental na orientação das negociações entre os quase 200 países presentes na cúpula da ONU e, geralmente, um país assume tanto a presidência quanto a organização do evento.
Se os países não conseguirem aprovar um presidente para a COP29, os Emirados Árabes poderão ter que manter a função por um segundo ano. Se os países não conseguirem escolher um novo anfitrião, a cúpula pode ocorrer na Alemanha, onde fica a sede da secretaria climática da ONU.