Por Anne Kauranen e Essi Lehto
HELSINQUE (Reuters) - A Rússia precisa parar de enviar requerentes de asilo através de sua fronteira para a Finlândia, o que equivale a um “ataque híbrido”, disse o primeiro-ministro finlandês, Petteri Orpo, nesta sexta-feira, depois que o país nórdico fechou temporariamente todas as passagens na fronteira, com a exceção de uma.
Mais de 800 migrantes de países como Afeganistão, Quênia, Marrocos, Paquistão, Somália, Síria e Iêmen entraram na Finlândia através da Rússia nas últimas semanas, um aumento em relação aos menos de um por dia anteriormente, de acordo com a Guarda de Fronteira Finlandesa.
Helsinque diz que Moscou está canalizando os migrantes para a fronteira em retaliação à sua decisão de aumentar a cooperação de Defesa com os Estados Unidos, uma acusação que o Kremlin nega. A Finlândia enfureceu a Rússia este ano quando aderiu à Otan, encerrando um período de décadas de não-alinhamento militar, por conta da guerra na Ucrânia.
“Queremos enviar uma mensagem clara à Rússia: isso precisa parar”, disse Orpo em uma coletiva de imprensa. “Neste momento não é uma questão de requerentes de asilo, é uma questão de ataque híbrido e segurança nacional”, disse ele.
Depois de fechar quatro postos de fronteira na semana passada, a Finlândia fechou mais três por um período de um mês, deixando aberta apenas a estação mais ao norte, a de Raja-Jooseppi, localizada na região do Ártico.
Raja-Jooseppi abriu seus portões na manhã desta sexta-feira e permaneceu aberta por quatro horas, disse a Guarda de Fronteira.
Mas Helsinque sinalizou que o ponto de travessia também poderia ser fechado.
“Se necessário, é possível fechar toda a fronteira oriental”, disse a ministra do Interior, Mari Rantanen, em um comunicado.
(Reportagem de Anne Kauranen em Helsinque, reportagem adicional de Victoria Klesty e Terje Solsvik em Oslo)