BUDAPESTE (Reuters) - O governo do primeiro-ministro nacionalista da Hungria, Viktor Orbán, acredita que os muito criticados poderes de emergência que adotou em reação à pandemia de coronavírus terminarão no início de junho, disse seu chefe de gabinete à emissora Hir TV na noite de domingo.
Orbán foi acusado de usurpar o poder de forma autocrática depois que parlamentares deram permissão para seu gabinete governar por decreto em questões relacionadas à Covid-19 em março. Até esta segunda-feira, o país havia registrado 3.535 casos do vírus e 462 mortes.
O chefe de gabinete do premiê, Gergely Gulyas, disse que o governo submeterá um projeto de lei ao Parlamento no dia 26 de maio propondo um fim aos poderes de emergência. Na semana passada, ele disse que isso provavelmente aconteceria no final de junho.
"Nossa intenção é submeter o projeto de lei ao Parlamento no dia 26 de maio, o que significa que será junho quando for aprovado, e o status quo extraordinário termina na Hungria", disse ele, segundo uma citação publicada no site da Hir TV.
A expectativa é que o projeto de lei será aprovado pelo Legislativo, onde o partido governista Fides de Orbán tem uma maioria de dois terços.
Vendo os índices de infecção declinarem, a nação começou a afrouxar o isolamento da capital Budapeste nesta segunda-feira, permitindo que as pessoas voltem às lojas e aos terraços dos restaurantes, seguindo o relaxamento das áreas rurais com um atraso de duas semanas.
Orbán aproveitou uma visita à vizinha Sérvia na sexta-feira para dizer que já teria abdicado dos poderes em maio, repreendendo os críticos que alertaram que ele poderia usar a autorização excepcional para consolidar mais sua influência na Hungria.
(Por Marton Dunai)
((Tradução Redação Rio de Janeiro; 55 21 2223-7128))
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