Por Giulia Segreti
ROMA (Reuters) - A Itália reforçará as medidas para amenizar o impacto econômico do coronavírus, como suspender a cobrança de contas domiciliares, disse o Ministério da Indústria nesta terça-feira, pedindo à União Europeia que mude suas regras para permitir mais gastos do governo.
Toda a Itália, o país mais atingido da Europa, está em isolamento até o mês que vem, em uma tentativa inédita de derrotar a epidemia.
Como o país já está à beira da recessão, as medidas governamentais custarão alto para a terceira maior economia da zona do euro -- e alarmaram os mercados financeiros.
A diferença entre os rendimentos dos títulos de 10 anos da Itália e da Alemanha, de referência, ultrapassou os 200 pontos-base pela primeira vez desde agosto de 2019 na segunda-feira.
O ministro da Indústria, Stefano Patuanelli, disse que o governo aprovará medidas de cerca de 10 bilhões de euros para ajudar famílias e empresas, dizendo à Rádio Capital que isso provavelmente fará o déficit orçamentário ficar pouco abaixo dos 3% da produção nacional neste ano.
O ministro da Economia, Roberto Gualtieri, escreveu à Comissão Europeia na semana passada para dizer que Roma pretende elevar a meta oficial atual de 2,2% para 2,5%.
Ainda na segunda-feira, uma fonte do governo disse à Reuters que o Tesouro cogita elevar a meta para 2,8%.
Como agora muitos acreditam que a economia entrará em uma recessão profunda, novas revisões para cima parecem possíveis.
Patuanelli disse que, na primeira leva de medidas, o governo planeja suspender os pagamentos de contas, impostos e hipotecas para aliviar a pressão sobre famílias e pequenos negócios. Outras medidas virão mais tarde, acrescentou.
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O gabinete deve se reunir na quarta-feira para aprovar o pacote inicial.
O ministro pediu à UE que altere seu Pacto de Estabilidade e as regras de finanças públicas do Pacto Fiscal assim que a emergência do coronavírus se instaurou, dizendo que o fardo econômico atingirá muitas pessoas.
"Pediremos que as regras sejam alteradas, isso sendo uma condição necessária, senão as pessoas morrerão", disse Patuanelli, acrescentando que "não é questão de 'se' as regras serão contestadas, mas 'como' serão".