Por Orhan Coskun e Ercan Gurses
ANCARA (Reuters) - A comissão eleitoral da Turquia propôs que uma nova eleição parlamentar seja realizada no dia 1º de novembro, disseram nesta quinta-feira dirigentes do governista Partido AK, reforçando a expectativa de que uma nova votação é inevitável, já que a eleição de junho não resultou em uma maioria que garanta a formação de um governo.
A moeda turca, a lira, já em mínimos históricos por causa de uma combinação de incerteza política e aumento da violência de militantes, caiu mais de 1,5 por cento, enfraquecendo rapidamente para além da barreira psicológica de 3 liras por dólar pela primeira vez.
O primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, formalmente desistiu na terça-feira de sua tentativa de encontrar um parceiro de coalizão, mais de dois meses depois que o AK perdeu a sua maioria absoluta pela primeira vez desde que chegou ao poder em 2002.
Se nenhuma outra legenda conseguir formar uma coalizão até domingo, como parece provável, o presidente Tayyip Erdogan deverá convocar uma nova eleição.
Dirigentes do AK disseram que o Alto Conselho Eleitoral propôs a data de 1 de novembro, mas mesmo essa declaração não conseguiu amenizar as preocupações do mercado sobre a economia do país, cujo PIB é de 870 bilhões de dólares.
"A coalizão teria sido boa para a confiança dos investidores, mas agora temos mais incertezas e eu não acho que o resultado vá mudar com novas eleições", disse Vedat Mizrahi, diretor-gerente da empresa de serviços financeiros Unlu & Co. "Está realmente difícil agora. Não há quase nenhum interesse de investidores institucionais estrangeiros na Turquia."
A lira caiu 1,6 por cento, passando a 2,9745 em relação ao dólar no início dos mercados, e tem agora uma queda de 20 por cento em relação ao dólar este ano, tornando-se uma das moedas de pior desempenho entre os seus pares de mercados emergentes.