Por Fadi Shana e Mohammed Salem
GAZA (Reuters) - Nassem Mohra, um paciente de doença renal com 10 anos de idade, teme nunca mais ver sua família, depois de tropas israelenses terem prendido seu pai enquanto ele levava o garoto para um hospital no sul da Faixa de Gaza, para um tratamento urgente de diálise.
Um vizinho levou no domingo o menino, que precisa de diálise regularmente, até o hospital Abu Yousef Al Najjar, em Rafah. O garoto foi separado de seus parentes em meio aos pesados bombardeios israelenses no enclave.
“Tenho medo de morrer antes de ver minha família e parentes, e meus irmãos”, afirmou Nassem, ligado a uma máquina de diálise. “Quero que a guerra acabe, para que possamos voltar às nossas casas e eu voltarei para a minha vida normal”, acrescentou, dizendo que não vê sua mãe há semanas.
O vizinho, chamado Adel Haniyeh, disse que estava viajando para o sul da Faixa de Gaza com seus próprios filhos quando reconheceu Naseem e concordou em cuidar dele. O pai do garoto foi preso em um posto de controle do Exército israelense, de acordo com ele.
“O garoto está em más condições. Ele precisa de alimentação especial, sua situação é muito ruim. A gente dorme em uma mesquita e vem aqui (diariamente) em carroças de burros”, disse.
O Crescente Vermelho palestino disse que os bombardeios israelense das principais vias do enclave prejudicaram seriamente a passagem de ambulâncias e outros veículos de emergência.
Israel cercou a Faixa de Gaza e destruiu boa parte de seu território desde o dia 7 de outubro, quando o Hamas invadiu o sul de Israel, matou 1.200 pessoas e tomou 240 reféns.
Autoridades do enclave, que é governado pelo Hamas, dizem que mais de 20.400 pessoas já morreram por causa da campanha militar de Israel. Acredita-se que outras milhares estejam mortas sob os escombros.