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Palestinos passam fome conforme guerra em Gaza se intensifica em meio a temores de êxodo ao Egito

Publicado 11.12.2023, 16:59
Atualizado 11.12.2023, 17:00
© Reuters. Palestinos deslocados, que deixaram suas casas devido aos ataques israelenses, abrigam-se em um acampamento perto da fronteira com o Egito, em Rafah
11/12/2023
REUTERS/Mohammed Salem

Por Bassam Masoud e Nidal al-Mughrabi

GAZA/CAIRO (Reuters) - Israel negou nesta segunda-feira que pretende empurrar os palestinos que buscam refúgio do bombardeio de Gaza para a fronteira com o Egito, enquanto as agências internacionais de ajuda humanitária disseram que a fome estava se espalhando entre a população civil do enclave sitiado.

Em meio ao agravamento da crise humanitária, combatentes do Hamas e tropas israelenses lutavam em todo o território, com os militantes tentando impedir o avanço dos tanques israelenses pelas ruas destruídas.

O Ministério da Saúde de Gaza disse que 18.205 pessoas já foram mortas e 49.645 ficaram feridas em ataques israelenses em Gaza em pouco mais de dois meses de guerra -- centenas delas desde que os Estados Unidos vetaram uma proposta de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU na sexta-feira.

A maioria dos 2,3 milhões de habitantes de Gaza foi deslocada de suas casas e os moradores dizem que é impossível encontrar refúgio ou comida no enclave costeiro densamente povoado.

Um palestino disse à Reuters que não comia há três dias e tinha que implorar por pão para seus filhos.

"Eu finjo ser forte, mas tenho medo de desmoronar na frente deles a qualquer momento", disse por telefone, recusando-se a dizer seu nome por medo de represálias.

A UNRWA, agência da ONU responsável pelos refugiados palestinos, disse que algumas pessoas estavam chegando aos seus centros de saúde e abrigos carregando seus filhos mortos.

"Estamos à beira de um colapso", disse a UNRWA no X.

As agências de ajuda humanitária também alertaram sobre um colapso na ordem social à medida que a situação se agrava.

No fim de semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que temia um deslocamento em massa para o Egito, e o comissário-geral da UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que empurrar os habitantes de Gaza para mais perto da fronteira indicava tentativas de levá-los para além dela.

A Jordânia também acusou Israel de tentar "esvaziar Gaza de seu povo".

O governo israelense negou nesta segunda-feira que esse seja seu objetivo. O porta-voz Eylon Levy chamou a acusação de "ultrajante e falsa".

Levy disse que seu país estava se defendendo dos "monstros" que atacaram Israel em 7 de outubro.

Nesse ataque, o mais mortal da história de Israel, homens armados do Hamas mataram 1.200 pessoas, a maioria civis, e fizeram 240 reféns, de acordo com a contagem israelense. Cerca de 100 foram libertados desde então.

O ataque do Hamas desencadeou uma retaliação militar israelense e trouxe o período de guerra mais sangrento do conflito israelense-palestino, que já dura décadas.

A fronteira com o Egito é a única saída de Gaza no momento, mas o Cairo advertiu que não permitirá que os habitantes de Gaza entrem em seu território, temendo que não possam retornar.

"JÁ BASTA"

Autoridades da ONU dizem que 1,9 milhão de pessoas -- 85% da população de Gaza -- estão deslocadas e descrevem as condições nas áreas do sul, onde se concentraram, como infernais.

Os habitantes de Gaza disseram que as pessoas forçadas a fugir repetidamente estavam morrendo de fome e frio, além dos bombardeios, descrevendo saques a caminhões de ajuda e preços altíssimos. O Programa Mundial de Alimentos da ONU disse que metade da população está passando fome.

Israel diz que suas instruções para que as pessoas mudem de área são medidas para proteger a população.

Enviados do Conselho de Segurança da ONU falaram sobre o sofrimento inimaginável e exortaram pelo fim da guerra quando visitaram o lado egípcio da passagem de fronteira de Rafah nesta segunda-feira.

Perguntado pelos repórteres se ele tinha uma mensagem para as nações que se opunham a um cessar-fogo em Gaza, o enviado da China para a Organização das Nações Unidas, Zhang Jun, disse simplesmente: "Já basta".

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse nesta segunda-feira que Israel não tinha intenção de ficar permanentemente na Faixa de Gaza e que estava aberto a discutir alternativas sobre quem controlaria o território, desde que não fosse um grupo hostil a Israel.

"Israel tomará todas as medidas para destruir o Hamas, mas não temos a intenção de ficar permanentemente na Faixa de Gaza. Nós apenas cuidamos de nossa segurança e da segurança de nossos cidadãos ao longo da fronteira com Gaza", disse Gallant aos repórteres.

O Hamas governa Gaza desde 2007 e jurou destruir o Estado judeu.

© Reuters. Palestinos deslocados, que deixaram suas casas devido aos ataques israelenses, abrigam-se em um acampamento perto da fronteira com o Egito, em Rafah
11/12/2023
REUTERS/Mohammed Salem

Israel acusa o Hamas de usar civis como escudos humanos e de roubar ajuda humanitária, o que o Hamas nega. Israel tem impedido que a maior parte da ajuda entre em Gaza, dizendo que teme que isso apenas alimente os ataques do Hamas.

O porta-voz do governo, Levy, disse que Israel estava trabalhando para abrir a passagem de Kerem Shalom, que processava a maior parte da ajuda antes da guerra. Ele culpou as agências internacionais pelos atrasos na travessia do Egito.

(Reportagem de Bassam Masoud em Gaza e Nidal al-Mughrabi no Cairo; reportagens adicionais de Maayan Lubell em Jerusalém, Tom Perry em Beirute, Clauda Tanios em Dubai, Suleiman al-Khalidi em Amã e Aiden Lewis no Cairo)

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