Por Ayman al-Warfalli
BENGHAZI, Líbia (Reuters) - O presidente do Parlamento eleito na Líbia propôs a indicação do general Khalifa Haftar, que lidera seus próprios soldados particulares, para comandar o Exército que se mantém leal ao governo sediado no leste do país, disse o porta-voz do Parlamento nesta quarta-feira.
A decisão expõe a crescente influência exercida por figuras militares no governo e Parlamento oficiais, que foram obrigados a operar a partir do leste da Líbia desde que um grupo armado chamado Amanhecer Líbio invadiu a capital, Trípoli, em meados do ano passado.
"O senhor Aguila Saleh (presidente do Parlamento) propôs a indicação de Haftar", disse o porta-voz Farraj Hashem à Reuters. "A Câmara dos Deputados apoiou isso."
Ele disse que um decreto nomeando Haftar ainda precisa ser assinado por Saleh, que possui poderes quase presidenciais.
Haftar, um general do Exército, emergiu como um possível homem forte do leste, onde o primeiro-ministro reconhecido pela comunidade internacional, Abdullah al-Thinni, encontra-se baseado desde que perdeu o controle de Trípoli.
A indicação também reflete a frustração de representantes do governo, que têm trabalhado com reduzido poder a partir de hotéis localizados em duas cidades do leste.
Haftar, que ajudou Muammar Gaddafi a chegar ao poder antes de se desentender com ele nos anos 1980 e se juntar ao levante de 2011 contra seu governo, uniu suas forças às tropas do Exército no leste para lutar contra grupos islamitas, incluindo o Amanhecer Líbio.