Por Gabriella Borter e Steve Gorman
(Reuters) - Um suspeito foi preso por balear três estudantes universitários de origem palestina em Vermont, nos Estados Unidos, informou a polícia local na manhã desta segunda-feira, um ataque que está sendo investigado como suposto crime motivado por ódio.
Um homem armado com uma pistola atirou e feriu as três vítimas na rua perto da Universidade de Vermont, em Burlington, na noite de sábado, e depois fugiu, informou a polícia em um comunicado anterior.
Um suspeito, identificado como Jason J. Eaton, de 48 anos, foi preso na tarde de domingo, confirmou o departamento posteriormente.
Duas das vítimas são cidadãos norte-americanos e a terceira é residente legal nos EUA, todas com 20 anos de idade, informou a polícia. No momento do ataque, dois dos homens estavam usando um keffiyeh, tradicional lenço xadrez preto e branco usado no Oriente Médio, segundo a polícia.
As vítimas estavam falando árabe quando foram atacadas, de acordo com o Institute for Middle East Understanding, uma organização sem fins lucrativos pró-palestina. O instituto também disse que o agressor abriu fogo contra os três homens depois de começar a gritar e assediá-los. A polícia diz que ele disparou quatro tiros sem dizer uma palavra.
O ataque ocorreu em meio a um aumento de incidentes anti-islâmicos e antissemitas registrados nos Estados Unidos desde o início de um conflito sangrento entre Israel e o grupo militante palestino Hamas no Oriente Médio em 7 de outubro.
"Nesse momento de grande tensão, ninguém pode olhar para esse incidente e não suspeitar que possa ter sido um crime motivado pelo ódio", disse o chefe de polícia de Burlington, Jon Murad, em um comunicado.
"O fato de haver uma indicação de que esse ataque pode ter sido motivado por ódio é assustador, e essa possibilidade está sendo priorizada" pela polícia, afirmou o prefeito Miro Weinberger.
As famílias das vítimas emitiram uma declaração conjunta no início do dia pedindo que as autoridades investiguem o fato como um crime de ódio, assim como o Comitê Antidiscriminação Árabe-Americano (ADC), um grupo de defesa com sede nos EUA.
"O aumento do sentimento antiárabe e antipalestino que estamos vivenciando não tem precedentes, e este é outro exemplo de que o ódio se tornou violento", disse o diretor executivo nacional do ADC, Abed Ayoub.
(Reportagem de Gabriella Borter em Nova York e Steve Gorman em Los Angeles)