O longo prazo não é apenas uma teoria. Quando insistimos para os investidores terem foco no longo prazo ao investir em ações.
As ações nada mais são do que parcelas de empresas. Quando os investidores possuem visão de longo prazo quer dizer que eles estão comprando participações em empresas que considerem boas o suficiente para que se tornem sócios delas.
Desta forma, independentemente das oscilações ocorridas nas ações no curto prazo, o investidor sócio entende que ele possui participação em uma empresa, como em qualquer outro negocio que venha a ser sócio. Desta forma, oscilações no preço motivadas por fatores que no longo prazo não afetarão mais as atividades, não são motivo para uma venda.
Vamos pensar num exemplo teórico onde uma pessoa vira socia em um restaurante, comprando sua participação por R$1 milhão. O restaurante vem crescimento em receitas e lucros e a pessoa está muito satisfeita com a sociedade e o negócio. Acontece que por conta do coronavírus ela tenha que literalmente fechar as portas por 2 meses, e tenha um prejuízo por conta disso, uma vez que teve que continuar pagando seus funcionários e outras contas, bem como o financiamento do imóvel. Neste momento seu sócio faz uma proposta, de comprar a sua participação, que você comprou por R$1milhao de reais, por R$300 mil. O que você faz?
Bem você sabe que, de fato, está tendo 2 meses de prejuízo, mas tem confiança que o vírus não vai durar para sempre e mesmo que traga alguns meses mais de lucros fracos, afinal, as pessoas vão demorar a retomar a confiança de saírem de casa e gastarem novamente com lazer. Desta forma, se você tem uma reserva de emergência para passar por este momento de adversidade, é muito provável que você não venda sua participação no restaurante, que comprou por R$1 milhão, por R$300 mil, meio ano depois, apenas porque um imprevisto surgiu e prejudicou o negócio. No acaso o restaurante.
Existe um cenário em que a pessoa talvez não tenha uma reserva de emergência, e além das contas de o restaurante estarem vindo está também vindo a prestação do carro, da casa própria, o colégio das crianças. Nesse caso, é possível que infelizmente tenha que aceitar a proposta dos R$300 mil para quitas as contas correntes.
Nesse exemplo quero ilustrar muitas mensagens:
1 – Prejuízos pontuais e queda pontual dos preços dos ativos não refletem o valor deste ativo no longo prazo.
2 – A reserva de emergência é imprescindível, e os investimentos de menos risco são os que vão te ajudar a passar por momentos de crise sem se desfazer de bons ativos a preços de banana
3 – Quando compramos ações devemos ter visão de longo prazo, assim como quando vidamos sócios de uma empresa, pois no meio do percurso com certeza surgirão contratempos e acontecimentos fora do previsto.
Esta é a mentalidade de dono ao investir em ações. Quando escolhemos boas ações, que geram caixa e possuem resultados sólidos, que não irão a falência em uma crise, podemos pensar a longo prazo e ter um pouco mais de tranquilidade ao passar pelas crises.