Por Markus Wacket e Madeline Chambers
BERLIM (Reuters) - A Alemanha abandonou os planos de ampliar a taxação sobre usinas de energia movidas a carvão, mas vai reduzir a geração dessa energia para salvaguardar as metas para 2020 de redução das emissões de carbono, concordaram os líderes da coalizão de governo nesta quinta-feira.
Os planos, anunciados após meses de discussões dentro do governo da chanceler Angela Merkel, foram bem recebidos pela indústria, mas condenado por grupos ambientalistas, que a acusaram de se vender a interesses comerciais.
O país vai interromper a produção de cerca de 2,7 gigawatts de energia gerada a partir do carvão, equivalente à produção de cinco usinas de energia, mas manterá essas centrais como reserva de energia em caso de emergência, segundo o acordo firmado pelos partidos da coalizão de direita-esquerda de Merkel nesta quinta-feira.
As ações da empresa RWE (DE:RWEG) subiram mais de 5 por cento depois que foram descartados os planos de imposição de uma nova taxa sobre as usinas de carvão.
Em outro ponto positivo para serviços públicos, as partes também concordaram que os fornecedores de energia serão compensados se participaram de um novo sistema de "reserva de capacidade", pelo qual usinas de carvão marrom poderiam ser ligadas novamente se houver escassez de energia, algo que as empresas estavam procurando adiar.
"Enviamos um sinal internacional para mostrar que estamos alcançando a mudança para energias renováveis em um país altamente industrializado", disse o ministro da Economia, Sigmar Gabriel, do Partido Social-Demcorata (SPD).
(Reportagem adicional de Michael Nienaber, Andreas Rinke e Vera Eckert em Frankfurt)