Por Marta Nogueira
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O transporte de minério de ferro da Vale (SA:VALE5) pela Estrada de Ferro de Carajás, utilizada para escoar a produção de sua principal mina, ficou interditado por mais de 12 horas na segunda-feira devido a ação de manifestantes de movimentos sociais ligados à reforma agrária, que ocuparam e danificaram os trilhos, disse a mineradora em nota nesta terça-feira.
As operações de carga foram interrompidas às 6:30, no quilômetro 739 da ferrovia, em Marabá (PA), e só foram liberadas às 18:50, quando os manifestantes deixaram os trilhos, após cumprimento de liminar de reintegração de posse.
Segundo a Vale, as equipes de manutenção da empresa trabalham na recuperação do trecho danificado pela ação dos manifestantes, "que atearam fogo em pneus e madeiras sobre o trecho da linha férrea". O trem de passageiros não circulou na segunda e também não circulará nesta terça.
A Vale não informou quais os volumes de minério de ferro que deixaram de ser transportados e quais as estratégias da empresa para regularizar as entregas.
Com 892 quilômetros de extensão, a Estrada de Ferro Carajás liga a maior mina de minério a céu aberto do mundo, em Carajás, no sudeste do Pará, ao terminal marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís (MA), segundo dados disponibilizados pela Vale em seu site.
A ferrovia transporta por ano, segundo a empresa, 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros.
Segundo a mineradora, foram adotadas todas as ações judiciais cabíveis para liberar a ferrovia. Além da ação de reintegração de posse, a empresa informou que ingressará com ação criminal contra os líderes dos movimentos que obstruíram a ferrovia e seus possíveis financiadores.
(Por Marta Nogueira)