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Opep e aliados chegam a acordo para aprofundar cortes de produção

Publicado 05.12.2019, 15:53
Atualizado 05.12.2019, 15:57
Opep e aliados chegam a acordo para aprofundar cortes de produção
LCO
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Por Rania El Gamal e Alex Lawler e Ahmad Ghaddar

VIENA/LONDRES (Reuters) - A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, liderados pela Rússia, concordaram nesta quinta-feira com um dos mais profundos cortes de produção desta década, visando prevenir o mercado de um excesso de oferta, em pacto que será aplicado nos três primeiros meses de 2020, um período surpreendentemente curto.

A Opep iniciou um encontro para discutir suas políticas às 16h30 (horário de Greenwich) desta quinta-feira, em Viena. Na sexta-feira, o cartel se reúne com a Rússia e outros países produtores, um grupo conhecido como Opep+.

As restrições de oferta já existentes, de 1,2 milhão de barris por dia (bpd), criadas para sustentar o mercado e evitar um excesso de oferta global, vão expirar em março.

O ministro de Energia russo, Alexander Novak, afirmou que um painel de ministros, incluindo os de Arábia Saudita e Rússia, recomendou que a Opep+ aprofunde os cortes em 500 mil bpd. Um corte de 1,7 milhão de bpd representaria 1,7% da oferta global.

"Nós realmente vemos riscos de excesso de oferta no primeiro trimestre, devido à demanda sazonal mais fraca por produtos refinados e pelo petróleo bruto", disse Novak.

Ele acrescentou que os cortes durariam pelo primeiro trimestre de 2020, janela menor que a sugerida por alguns ministros da Opep, que pediram que os cortes atuais fossem estendidos até junho ou dezembro de 2020, em meio a temores de uma desaceleração econômica global.

A Opep+ tem concordado com cortes voluntários de oferta desde 2017 para contrabalancear a crescente oferta proveniente dos campos de "shale" (petróleo não convencional) dos Estados Unidos, que se tornou o maior produtor mundial da commodity.

Agora, os produtores encaram mais um ano de alta na produção norte-americana, além de avanços em outros países que não fazem parte da Opep, como Brasil e Noruega.

"Com o dólar mais fraco, melhores dados econômicos e o controle agressivo de produção pela Opep, isso deve garantir que o preço do petróleo Brent fique entre 60 dólares e 65 dólares no período sazonalmente fraco do ano que vem", disse Gary Ross, fundador da Black Gold Investors.

As ações da Opep mantiveram as cotações do petróleo entre 50 dólares e 75 dólares por barril ao longo do último ano. Com as notícias desta quinta-feira, os contratos futuros do petróleo Brent (LCOc1) ampliaram os ganhos desta semana, sendo negociados acima da marca de 63 dólares por barril.

(Reportagem de Bozorgmehr Sharafedin, Olesya Astakhova e Shadia Nasralla)

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