Por Peter Nurse
Investing.com – Os preços do petróleo subiam nesta segunda-feira, beneficiando-se de um dólar mais fraco e do sentimento mais favorável ao risco, mas a expectativa de que o Federal Reserve dos EUA aumente os juros nesta semana limitava os ganhos, devido a preocupações com seu efeito sobre o crescimento econômico mundial e a demanda de combustíveis.
Às 12h05 (horário de Brasília), o petróleo norte-americano avançava 1,78%, a US$ 96,31 por barril, enquanto o Brent se valorizava 1,52%, a US$ 99,89 por barril, no mercado futuro.
O contrato futuro de gasolina RBOB nos EUA apresentava alta de 2,80%, a US$ 3,1114 por galão.
O mercado petrolífero sofreu no último mês, quando ambos os contratos de referência recuaram mais de 12% em julho, devido a temores de que um agressivo aperto de juros, especialmente pelo banco central dos EUA, pudesse limitar a atividade econômica e, com isso, reduzir o crescimento da demanda.
O Banco Central Europeu surpreendeu com uma alta de 50 pontos-base (pb) de juros na semana passada, e a expectativa é que o Fed continue o aperto na quarta-feira, com uma elevação de 75 pb.
O tom estava mais positivo na segunda-feira, com o sentimento de risco em alta no início da semana, resultando em um dólar mais fraco. Isso ajuda o mercado petrolífero, na medida em que o produto fica mais barato para detentores de outras divisas.
Esses ganhos ocorreram apesar de a Líbia, membro da Opep, declarar, no fim de semana, que pretendia retomar a produção ao nível de 1,2 milhão de barris por dia em duas semanas, contra os atuais 860.000 barris por dia.
“É provável que a produção doméstica continue bastante volátil, algo com o que os mercados já se acostumaram nos últimos anos”, disseram os analistas da ING em nota.
Dito isso, mesmo com a oferta adicional, o mercado continua restrito de forma geral, e a expectativa é que prossiga assim no futuro próximo, em vista dos transtornos gerados à comercialização dos barris da Rússia em meio às sanções do Ocidente por causa do conflito na Ucrânia.
“Os planos amplamente esperados de um teto de preços para o petróleo da Rússia podem ter o efeito oposto ao que se espera na cotação do mercado", continuou a ING. “O governador do banco central russo disse que Moscou não forneceria petróleo a nenhum país que impusesse limites de preço”.
A Gazprom retomou o fornecimento de gás através do Nord Stream 1 na semana passada, após um intervalo de manutenção de 10 dias, iniciativa que era posta em dúvida diante dos temores de que a Rússia tentasse usar essa suspensão para fins políticos. No entanto, a retomada ocorreu com apenas 40% da capacidade da tubulação.
“Os ministros de energia da UE planejam realizar uma reunião emergencial amanhã, a fim de discutir quais passos os estados-membros podem tomar para se preparar para uma possível interrupção dos fluxos de gás antes do próximo inverno", concluiu a ING.
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