Petróleo cai para mínima de 4 anos com temor de recessão

Publicado 07.04.2025, 07:49
© Reuters.

Investing.com – Os preços do petróleo registram forte queda nesta segunda-feira, atingindo os níveis mais baixos em quatro anos, em meio ao aumento das tensões comerciais globais. A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de manter e ampliar a política tarifária intensificou os temores de desaceleração econômica e projetou um cenário de demanda mais fraca para o restante de 2025.

Às 7h45 de Brasília, os contratos futuros do petróleo Brent recuavam 2,8%, negociados a US$ 63,76 por barril, enquanto os contratos do West Texas Intermediate (WTI) caíam 2,9%, cotados a US$ 60,17. Ambos os benchmarks acumularam perdas superiores a 10% na semana passada, com um recuo de 6% apenas na sexta-feira anterior, em reação ao agravamento da disputa entre Estados Unidos e China.

O presidente Trump declarou no domingo que os mercados deveriam encarar as tarifas como um "remédio" para o desequilíbrio comercial norte-americano, reafirmando que as medidas continuarão em vigor até que os déficits comerciais sejam corrigidos. A China, principal importador mundial de petróleo, é vista como um dos países mais vulneráveis ao novo pacote de tarifas, que totaliza 54%. Pequim respondeu com tarifas de 34% sobre todos os produtos dos EUA, além de criticar publicamente as medidas e sinalizar novas ações.

Segundo analistas do ING, a intensidade da liquidação nos contratos futuros indica que o mercado está antecipando uma queda robusta na demanda. Os preços atuais sugerem uma redução de cerca de 1 milhão de barris por dia no consumo global ainda este ano, o que resultaria em demanda estável na comparação anual. O Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou para 45% a probabilidade de recessão nos EUA nos próximos 12 meses, o que motivou também revisões para baixo em suas projeções de preços para o petróleo. Já o JPMorgan (NYSE:JPM) estimou na semana passada que a chance de uma recessão global em 2025 alcança 60%.

O sentimento no mercado também foi pressionado pelo anúncio de que vários países membros da Opep+ pretendem ampliar a oferta de petróleo a partir de maio, surpreendendo os investidores. Segundo analistas do UBS, o comunicado sinaliza que o grupo ainda enxerga crescimento saudável da demanda, impulsionado por fatores sazonais, como o aumento da mobilidade durante o verão no hemisfério norte e o uso intensivo de energia para resfriamento no Oriente Médio. Além disso, os cortes compensatórios de países que ultrapassaram suas metas de produção podem ser antecipados, o que tende a suavizar o impacto do aumento da oferta.

Ainda assim, o Bank of America (NYSE:BAC) alertou que, caso o desequilíbrio entre oferta e demanda ultrapasse 1 milhão de barris por dia nos próximos trimestres, o Brent pode recuar até US$ 50 por barril em cenários mais adversos. A pressão sobre os preços também foi intensificada pela decisão da Arábia Saudita de reduzir em US$ 2,30 por barril o preço oficial de venda do tipo Arab Light (BVMF:LIGT3) para os embarques de maio destinados à Ásia — o maior corte desde 2022, segundo o ING.

O JPMorgan, por sua vez, projeta que os preços do petróleo poderão cair para US$ 50 por barril até o final de 2026, com o mercado mantendo-se em superávit até lá. O banco prevê média de US$ 73 por barril em 2025 e US$ 61 no ano seguinte, partindo do pressuposto de que Arábia Saudita e Rússia manterão seus níveis de produção conforme o acordo vigente da Opep+.

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