Dólar tem alta forte ante o real em meio a receios com a política fiscal
Investing.com – Os preços do petróleo intensificaram as quedas nesta sexta-feira, após o acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas levar os agentes de mercado a reduzir parte do prêmio de risco embutido nas cotações. Persistem ainda preocupações com um excesso de estoques e com o enfraquecimento da demanda, em especial diante da expectativa de menor consumo de combustíveis nos EUA durante o inverno, o que sustenta um tom de cautela entre os traders.
Ainda assim, a medida coincidiu com o anúncio de novas sanções dos Estados Unidos contra o Irã, fator que mantém a perspectiva de uma restrição parcial na oferta global.
Os contratos futuros do petróleo Brent para dezembro caíam 1,23%, cotados a US$ 64,42 por barril, enquanto os do petróleo West Texas Intermediate se desvalorizavam em igual percentual, para US$ 60,77 por barril às 7 h de Brasília. Na semana, ambos acumulavam alta próxima de 1%.
O mercado manteve algum fôlego nos últimos dias após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) optar por uma ampliação mais contida da produção, o que reduziu parte das apreensões quanto a um possível desequilíbrio de oferta.
Cessar-fogo alivia tensões e pressiona preços
As cotações recuaram 1,6% na quinta-feira, refletindo o acordo entre Israel e Hamas, mediado pelos EUA, que prevê a liberação dos reféns e a retirada gradual das forças israelenses de Gaza.
O entendimento marca o primeiro passo de um plano de 20 pontos proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que contempla uma transição para o autogoverno do território.
Embora o cessar-fogo tenha melhorado o sentimento nos mercados, o petróleo reagiu em queda, já que o cenário geopolítico menos tenso reduziu o prêmio de risco associado à região. O conflito de dois anos havia sustentado as cotações, diante do temor de interrupções no fornecimento oriundas do Oriente Médio.
Sanções ao Irã limitam o recuo
A pressão sobre os preços foi atenuada pelas novas sanções impostas por Washington ao setor energético iraniano, reforçando a percepção de menor disponibilidade de barris nos próximos meses.
O Departamento do Tesouro dos EUA anunciou restrições a cerca de cem indivíduos e empresas com vínculos com a indústria petrolífera do Irã. Entre os alvos está o grupo chinês Shandong Jincheng Petrochemical, classificado como uma refinaria independente “teapot” que teria adquirido grandes volumes de petróleo bruto iraniano.
Outros operadores de terminais e embarcações também foram incluídos na lista. Segundo as autoridades americanas, o Irã continua a financiar suas ambições nucleares por meio da receita obtida com exportações de petróleo.
Analistas avaliam que as medidas podem restringir parte dos fluxos de petróleo iraniano para a Ásia, principal destino das remessas do país.