Investing.com – Os preços do petróleo subiam na quinta-feira, 31, estimulados por uma grande queda nos estoques dos EUA e por mais sinais de restrição de oferta, compensando as preocupações com a desaceleração da atividade manufatureira na China.
Às 11h de Brasília, o petróleo norte-americano avançava 1,38%, a US$ 82,76 por barril, enquanto o Brent, que serve de referência para a Petrobras (BVMF:PETR4), se valorizava 1%, a US$ 86,09 por barril, no mercado futuro.
Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram uma aceleração no ritmo da inflação anual nos EUA no mês passado, com queda no número de pedidos de seguro-desemprego, o que alimentou expectativas de que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) manterá as taxas de juros inalteradas em sua próxima reunião de política monetária em setembro.
Grande queda nos estoques dos EUA
Isso ajudou o mercado petrolífero a manter o tom positivo, após a divulgação, na quarta-feira, de que houve uma grande queda nos estoques dos EUA.
A Administração de Informação de Energia informou que os estoques de petróleo no país recuaram em 10,6 milhões de barris na semana passada, com as refinarias aumentando a produção antes do fim de semana do Dia do Trabalho, que geralmente marca o pico da demanda de verão dos EUA.
A forte redução deixou os estoques totais de petróleo bruto em pouco menos de 423 milhões de barris - o menor nível desde dezembro de 2022.
Oferta mundial permanece pressionada
O que também contribuía para o mercado eram sinais de que a oferta mundial continuará restrita durante o restante do ano.
Os operadores estão atentos ao noticiário para saber se a Arábia Saudita estenderá para outubro seu corte voluntário de produção de petróleo de 1 milhão de barris por dia, somando-se aos cortes da Opep+, aliança que reúne os países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e aliados externos liderados pela Rússia.
“Nossa expectativa é que a Arábia Saudita prorrogue esse corte até outubro”, escreveram os analistas do ING, em nota. “Há claramente algumas preocupações maiores com a demanda, e retornar essa oferta ao mercado poderia fazer o Brent cair abaixo de US$ 80/barril - algo que os sauditas preferem não ver”.
Ao mesmo tempo, há riscos cada vez maiores de fornecimento após um golpe militar no Gabão, membro da Opep que produz cerca de 200 mil barris por dia.
Embora não seja uma grande quantidade, qualquer interrupção em um mercado já restrito provavelmente terá um impacto no mercado mais amplo.
Os operadores também estarão de olho em qualquer impacto potencial na oferta do Golfo do México, após Idalia atingir a Flórida, perdendo seu status de furacão e voltando a ser uma tempestade tropical.
Dados econômicos fracos na China
No entanto, os ganhos foram limitados por mais sinais de fraqueza econômica na China, maior país importador mundial de petróleo.
Dados divulgados nesta quinta-feira mostraram que o setor industrial do país teve uma contração pelo quinto mês consecutivo em agosto, enquanto o setor não industrial cresceu um pouco menos do que o esperado, com a fraqueza no setor imobiliário atuando como um grande entrave.
A fraca recuperação econômica pós-pandêmica da China pesou sobre os mercados de petróleo este ano, já que os operadores esperavam que o crescimento na segunda maior economia do mundo impulsionasse a demanda por petróleo este ano.
(Com contribuições de Ambar Warrick. Tradução de Julio Alves.)