Investing.com – Os preços do petróleo registravam forte queda nesta segunda-feira, 12, em meio a preocupações com a demanda mundial antes da reunião de política monetária do banco central dos EUA, o Federal Reserve.
Por volta das 12h11 de Brasília, o petróleo norte-americano cedia 3,22%, a US$ 67,91 por barril, enquanto o Brent se desvalorizava 2,81%, a US$ 72,69 por barril, no mercado futuro.
Na semana passada, o contrato futuro do Brent registrou uma queda de 1,8%, maior declínio semanal desde o início de maio, o que levou o Goldman Sachs (NYSE:GS) – geralmente um dos bancos mais otimistas com o petróleo – a revisar para baixo, pela terceira vez em seis meses, sua projeção de preço para o barril que serve de referência para a Petrobras (BVMF:PETR4).
O influente banco de investimento reduziu a previsão de cotação para o Brent em dezembro para US$ 86 por barril, em comparação com a estimativa anterior de US$ 95.
O mercado petrolífero está sendo fortemente afetado pelo receio de que o ciclo de aumento agressivo das taxas de juros pelo Federal Reserve possa levar os Estados Unidos, maior país consumidor de petróleo do mundo, a entrar em recessão no segundo semestre deste ano.
O banco central americano se reunirá nesta semana, e a expectativa é que interrompa os aumentos de juros. No entanto, o próximo relatório de preços ao consumidor nos EUA, previsto para quarta-feira, pode fornecer um sinal de que a inflação ainda enfrenta dificuldades para cair, aumentando a necessidade de juros mais altos para baixar os preços.
O Banco Central Europeu também se reunirá nesta semana e deve elevar uma vez mais os juros, apesar dos dados divulgados na semana passada, mostrando que a zona do euro entrou em recessão no primeiro trimestre do ano.
"Todas as atenções estarão voltadas às decisões de juros, com especial interesse nas projeções econômicas e expectativas de demanda para o petróleo", afirmaram os analistas do ING em uma nota.
Além disso, os dados da China, maior país importador de petróleo do mundo, apontam para uma recuperação ainda tímida, após os efeitos negativos da Covid-19, decepcionando os operadores que esperavam uma retomada mais vigorosa desse importante mercado neste ano, impulsionando a demanda petrolífera.
No que diz respeito à oferta, a produção da Rússia se manteve estável, apesar do embargo da União Europeia e do mecanismo de limite de preços do G7, graças ao aumento das exportações de petróleo para a China e Índia.
Há também rumores de que o petróleo do Irã possa retornar ao mercado global após supostas negociações entre Teerã e Washington em torno de um acordo nuclear provisório, o que poderia aliviar as sanções ao país persa.
No entanto, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã negou na segunda-feira que os dois países estivessem em negociações, embora continuem aparecendo rumores nesse sentido.
Saíram algumas notícias positivas após a divulgação de dados de bolsas de valores no final da semana passada, que mostraram que os especuladores aumentaram suas posições compradas. O contrato do Brent na ICE registrou a maior posição de compra líquida desde o final de abril.