Por Alexander Winning e George Obulutsa
JOHANESBURGO/NAIRÓBI (Reuters) - A África precisa acelerar as vacinações em seis vezes se quiser vencer a pandemia de Covid-19, e as pessoas no continente não devem se tornar complacentes por causa dos relatos de que a Ômicron é mais leve do que as variantes anteriores, disse a diretora da OMS na África nesta quinta-feira.
Apenas 11% dos africanos estão totalmente vacinados, ficando atrás da maior parte do restante do mundo. Matshidiso Moeti, da Organização Mundial da Saúde, disse que cerca de 6 milhões de africanos estão sendo vacinados por semana, mas que "esse número precisa aumentar exponencialmente para 36 milhões por semana para colocar os países no caminho de vencer essa pandemia".
"Acho que já estamos vendo sinais de que o entendimento das pessoas é de que esse vírus está se espalhando muito rápido, mas não é muito letal e, portanto, algumas pessoas pensarão 'para quê, para quê se incomodar?'", disse ela.
Especialistas em saúde dizem que, embora a Ômicron possa ser mais leve do que outras variantes do coronavírus, ela ainda pode desenvolver a forma grave da doença e levar a óbito. As vacinas reduzem drasticamente esses riscos, salvando vidas e evitando a sobrecarga dos sistemas de saúde.
Em um briefing separado, o diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) da África, John Nkengasong, alertou os países para não irem longe demais no relaxamento das restrições devido à percepção de que a Covid-19 agora é endêmica.
"Com (uma) taxa de positividade de 11% e a gravidade que estamos vendo agora, que são as ondas que continuam indo e voltando... (a Covid-19) não atende à definição de endemicidade", disse ele.
(Reportagem adicional de James Macharia Chege)