CIDADE DO MÉXICO (Reuters) - O México espera receber em um intervalo de até oito dias a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer , informou nesta segunda-feira o governo mexicano, que anunciou também que os fabricantes do imunizante russo Sputnik V se colocaram à disposição para realizar estudos clínicos do produto no país.
Segundo a subsecretária mexicana para Assuntos Multilaterais, Martha Delgado, o governo iria realizar nesta segunda o pedido formal pela vacina da Pfizer, da qual o México adquiriu 34,4 milhões de doses. A vacina foi autorizada na sexta-feira pela agência reguladora sanitária local, a Cofepris.
"Para que possa começar a vacinação no México, precisamos fazer nosso pedido. É isso que a Secretária de Saúde faz no dia de hoje: um pedido e, segundo nosso contrato, em um intervalo de entre cinco e oito dias, podemos tê-la aqui", afirmou Delgado em uma entrevista a um noticiário televisivo.
A vacina da Pfizer (NYSE:PFE) (SA:PFIZ34), desenvolvida em conjunto com a empresa alemã BioNTech (NASDAQ:BNTX), foi autorizada nos Estados Unidos na sexta-feira pela Agência de Alimentos e Medicamentos dos Estados Unidos (FDA, na sigla em inglês), e começou a ser distribuída internamente por ordem do presidente norte-americano, Donald Trump.
Perguntada sobre as instruções de Trump para priorizar a entrega da vacina nos EUA antes de exportá-lo para outros, Delgado esclareceu que as primeiras vacinas, que chegarão em dezembro e janeiro ao México, sairão da Bélgica e não do país vizinho.
Ainda assim, a secretária reconheceu que a ordem de Trump poderia ter alguma consequência para o país. "Acredito que talvez possa afetar as entregas seguintes que vieram dos Estados Unidos", acrescentou, sem oferecer mais detalhes.
O chanceller Marcelo Ebrard informou também que os fabricantes da vacina russa Sputnik V solicitaram à Cofepris a realização de estudos clínicos no país, o quarto com mais mortes ligadas à Covid-19, quase 114 mil, e que sofre atualmente uma disparada no número de infecções, principalmente na capital.
(Por Raúl Cortés)