Por Aditya Kalra e Nupur Anand
NOVA DÉLI/MUMBAI (Reuters) - O governo indiano disse à Suprema Corte que renunciará a certas taxas de juros sobre empréstimos de até 20 milhões de rupias (272.888 dólares) no âmbito de um plano de apoio devido à Covid-19, mostrou um processo judicial, em um movimento que trará alívio a milhões de mutuários.
Embora o governo não tenha divulgado o impacto sobre o setor bancário, um analista da empresa de classificação de crédito ICRA estimou que custará a Nova Déli um máximo de 50-70 bilhões de rupias (682 milhões - 955 milhões de dólares).
"Prevemos que o impacto seja mínimo sobre a lucratividade dos credores", disse Anil Gupta, da ICRA.
Um técnico em ótica indiano da cidade de Agra, no norte do país, contestou o plano que permite abandonar os pagamentos por seis meses, mas cobra um adicional de "juros sobre juros" sobre pagamentos atrasados.
Outros mutuários, incluindo imobiliárias e concessionárias de energia, também contestaram o pacote.
Em uma ação de 2 de outubro na Suprema Corte, vista pela Reuters, o governo disse que decidiu renunciar ao componente de juros compostos sobre pequenas empresas e alguns outros empréstimos relacionados à educação e habitação, e dívidas de cartão de crédito.
"O governo arcando com este fardo teria naturalmente um impacto sobre vários outros compromissos urgentes que estão sendo enfrentados pela nação, incluindo custos diretos associados à gestão da pandemia, atendendo às necessidades básicas do homem comum", acrescentou o documento.
Caso o governo considerasse uma isenção total do pagamento de juros durante um período de moratória de seis meses, como alguns queriam, custaria 6 trilhões de rúpias (82 bilhões de dólares), de acordo com o processo.
((Tradução Redação Brasília; 55 61 3329-6330))
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