Por Ryan Woo e Brenda Goh
PEQUIM/XANGAI (Reuters) - A capital da China, Pequim, reforçou as restrições contra a Covid-19 neste domingo enquanto luta contra um surto do vírus, ao mesmo tempo em que Xangai permitiu que mais uma fração dos seus 25 milhões de habitantes saiam às ruas após relatar pelo segundo dia seguido zero infecções fora das áreas de quarentena.
O surto em Xangai, iniciado em março, foi o pior da China desde os primeiros meses da pandemia em 2020. Centenas de milhares de pessoas acabaram infectadas e a cidade teve de proibir os moradores de deixar suas casas, sob grande indignação pública. O vice-primeiro-ministro Sun Chunlan, estando em Xangai para supervisionar o trabalho contra a pandemia na cidade, disse neste domingo que, embora não seja hora de relaxar, as localidades sem novos casos por sete dias devem poder retornar à "ordem social normal". O surto na cidade mais populosa da China e o risco de disseminação em Pequim estão testando as políticas Covid-zero do governo, que têm causado enorme pressão na economia local justamente no ano em que Xi Jinping tentará conquistar seu terceiro mandato como presidente, algo sem precedentes na história política do país. Pequim, que registrou dezenas de infecções diárias no décimo dia de surto da doença, não realizou lockdowns. Mais de 300 casos transmitidos localmente foram contabilizados desde o dia 22 de abril.Mas neste domingo a capital reforçou as regras de distanciamento social e lançou uma nova rodada de testagens em massa em seu distrito mais atingido. A cidade de 22 milhões de habitantes realizou na semana passada testagens em massa na maioria de seus 16 distritos, suspendeu todos os locais de entretenimento e proibiu jantares em restaurantes. "O impacto de tudo isso sobre nós é muito grande - um prejuízo de 20.000 iuans (3 mil dólares) em um só dia, simples assim!", disse Jia, gerente de uma hamburgueria no leste de Pequim.