Esta small cap decolou +30% no mês e a disparada pode estar apenas começando
Por Howard Schneider
FILADÉLFIA (Reuters) - O mercado de trabalho dos Estados Unidos permaneceu preso em um marasmo de poucas contratações e poucas demissões durante setembro, embora a economia em geral "possa estar em uma trajetória um pouco mais firme do que o esperado", disse o chair do Federal Reserve, Jerome Powell, nesta terça-feira.
Ele observou que as autoridades adotarão uma abordagem "reunião por reunião" para quaisquer outros cortes na taxa de juros, conforme equilibram a fraqueza do mercado de trabalho com uma inflação acima da meta de 2%.
Powell, em comentários em uma conferência da Associação Nacional de Economia Empresarial, reconheceu o dilema econômico que dividiu autoridades do banco central dos EUA quase igualmente entre aqueles mais preocupados com a inflação ainda alta e potencialmente crescente e aqueles preocupados com a possibilidade de o mercado de trabalho estar enfrentando um rápido enfraquecimento.
Uma complicação recém-adicionada, disse Powell, é que os dados recentes sobre a atividade econômica foram mais fortes do que o esperado, mas isso ainda não se traduziu em uma força de contratação renovada.
"Há um pouco de tensão entre os dados do mercado de trabalho -- vemos níveis muito baixos de criação de empregos -- e, ainda assim, as pessoas estão gastando", disse Powell. "Teremos que ver como isso se desenrola."
A análise, por enquanto, será feita na ausência de dados oficiais, em grande parte suspensos pela paralisação do governo dos EUA. Powell disse achar que havia informações adequadas para a próxima reunião do Fed, em 28 e 29 de outubro, mas que "começaremos a sentir falta desses dados, principalmente os de outubro", se a paralisação persistir.
Mas, por enquanto, disse Powell, há um conjunto amplo o suficiente de informações públicas e privadas para fazer um julgamento de política monetária, com o Escritório de Estatísticas do Trabalho dos EUA recentemente instruído pelo governo Trump a divulgar seu relatório do índice de preços ao consumidor de setembro. Agora, ele deverá ser publicado em 24 de outubro, antes da próxima reunião do Fed.
"Com base nos dados de que dispomos, é justo dizer que as perspectivas para o emprego e a inflação não parecem ter mudado muito desde nossa reunião de setembro, há quatro semanas", na qual o Fed reduziu sua taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, disse Powell.
"Os dados disponíveis antes da paralisação, no entanto, mostram que o crescimento da atividade econômica pode estar em uma trajetória um pouco mais firme do que o esperado."
NÃO HÁ TRAJETÓRIA DE POLÍTICA MONETÁRIA "LIVRE DE RISCOS"
Powell destacou o "debate saudável" dentro do Fed, refletido em projeções recentes que mostraram que cerca de metade das autoridades esperam apenas um ou nenhum corte na taxa básica este ano, e o restante projeta dois ou mais.
Isso é um sinal dos trade-offs que o Fed está enfrentando entre garantir sua meta de inflação de 2% e proteger o mercado de trabalho.
"Não existe uma trajetória livre de riscos para a política monetária, à medida que navegamos na tensão entre nossas metas de emprego e de inflação", disse Powell, observando que as projeções de política monetária emitidas pelas autoridades do Fed a cada três meses "devem ser entendidas como representando uma gama de possíveis resultados cujas probabilidades evoluem à medida que novas informações chegam para nossa abordagem reunião por reunião".
Mesmo com o atraso do relatório de empregos de setembro, Powell, que dedicou a maior parte de seus comentários a uma discussão sobre o balanço patrimonial do Fed, disse que se baseou em uma variedade de fontes de dados públicos e privados para obter informações sobre o mercado de trabalho.
"Embora os dados oficiais de emprego de setembro estejam atrasados, as evidências disponíveis sugerem que tanto as demissões quanto as contratações continuam baixas, e que tanto as percepções das famílias sobre a disponibilidade de emprego quanto as percepções das empresas sobre a dificuldade de contratação continuam suas trajetórias de queda", disse Powell.
A inflação elevada, segundo ele, deve-se em parte ao aumento dos preços dos produtos que "refletem principalmente as tarifas e não pressões inflacionárias mais amplas".