CARACAS (Reuters) - Os preços ao consumidor da Venezuela subiram 1,3 milhão por cento no ano nos últimos 12 meses até novembro, informou nesta segunda-feira a Assembleia Nacional, que é controlada pela oposição, à medida que a hiperinflação e a recessão econômica vêm pressionando o país-membro da Opep.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) previu, no início deste ano, que a inflação superaria 1 milhão por cento em 2018 e 10 milhões no próximo ano. A inflação mensal desacelerou para 144 por cento em novembro, de 148 por cento no mês anterior e 233 por cento em setembro, informou a Assembleia Nacional em um relatório.
O presidente socialista Nicolas Maduro aumentou no mês passado o salário mínimo mensal em 150 por cento, para 4,5 bolívares, menos de 10 dólares na taxa de câmbio do mercado negro. Os cidadãos reclamaram que não podiam pagar itens básicos, apesar de um aumento de 60 vezes no valor do salário mínimo em agosto.
A Assembleia Nacional tornou-se a única fonte confiável de dados sobre preços ao consumidor desde que o governo parou de publicar indicadores econômicos anos atrás, já que a queda dos preços do petróleo causou um recuo na atividade. O FMI tem pressionado a Venezuela para fornecer dados econômicos oficiais, disseram fontes no mês passado.
Maduro culpa uma "guerra econômica" travada por interesses comerciais domésticos e os Estados Unidos pelos problemas da Venezuela. Os críticos apontam para suas políticas intervencionistas e impressão de dinheiro para financiar um amplo déficit fiscal como as causas da hiperinflação e escassez de produtos básicos.