O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, disse em discurso nesta segunda-feira, 22, que 87% dos acordos salariais feitos em 2023 estipularam aumentos acima da inflação, e que isso é sinal de que os empresários acreditam na economia. Ele deu as declarações no Palácio do Planalto durante lançamento do programa Acredita, voltado para crédito.
"Isso é um sinal de que não é apenas eu que estou acreditando na economia, e o Haddad. É sinal de que os empresários também estão acreditando embora nem todos falem para a imprensa", disse o presidente da República.
Lula também reclamou das avaliações que o empresariado fazem de seu governo.
"Empresário, Menin Rubens Menin, da MRV (BVMF:MRVE3), que participou da solenidade, tem uma dificuldade para falar bem de governo. Você não tem noção. Você faz uma reunião com os empresários aqui, pode atender 99% da pauta que eles entregarem. Quando eles saírem e a imprensa perguntar e aí, tudo bem? Vão responder ainda não é suficiente", disse Lula.
O presidente disse que isso acontece também com trabalhadores. Seu governo está pressionado por funcionários públicos que estão pedindo aumentos salariais. "Os trabalhadores apresentam uma pauta de reivindicação. 90 itens, a gente atende 89. Quando começam a falar não falam pelos 89 que a gente atendeu, falam pelo 1 que a gente não atendeu", declarou o presidente.
Lula disse desejar um país "de classe média sustentável". Em suas palavras, que não tenha muitos ricos nem muitos pobres.
O presidente também declarou não querer uma sociedade "eternamente dependente" de programas com o Bolsa Família.
Ele voltou, porém, a reclamar de críticas sobre gastos do governo com programas sociais. "Tudo o que você faz no governo federal é tratado como se fosse gasto, não é possível", disse ele.
Lula também criticou seu antecessor, Jair Bolsonaro. Segundo o presidente, o governo anterior "não deixou nada" nem para pagar dívidas.