Investing.com – A próxima semana será de foco na inflação e política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, com dados de preços ao consumidor divulgados na terça e Super Quarta com decisões nos dois países. A expectativa consensual é de manutenção nas taxas de juros americanas, enquanto a Selic tende a cair meio ponto percentual.
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Segundo o analista do Investing.com, Jesse Cohen, os investidores devem estar preparados para uma semana de volatilidade. “Com os investidores agora firmemente esperando um corte nas taxas do Federal Reserve em março, os dados de inflação dos EUA da próxima semana assumem um significado adicional”.
Inflação e juros nos Estados Unidos
O mercado espera que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed) mantenha as fed funds na faixa entre 5,25% a 5,50%, ao fim da reunião de dois dias de política monetária. O anúncio será divulgado na quarta, 13, com projeções econômicas para 2023 a 2026. Além disso, às 16h, e o chairman do Fed, Jerome Powell, responde questionamentos em coletiva de imprensa na sequência, às 16h30. Na última reunião, o Fed manteve os juros neste patamar.
Um dia antes, na terça, os investidores estarão atentos aos dados do Índice de Preços ao Consumidor (IPC). Ainda que não seja o indicador preferido do Fed, é o último dado importante antes da decisão de política monetária, após um relatório de empregos payroll acima do esperado nesta sexta. O IPC será divulgado às 10h30.
Para o indicador cheio, Cohen detalha que a expectativa é de que a taxa de inflação anual caia de 3,2 para 3,1%. Já o núcleo tende a se manter estável em 4%, também na base anual. “O núcleo é observado de perto pelos dirigentes do Fed, que acreditam que proporciona uma avaliação mais precisa da direção futura da inflação”, reforça. “Acredito que os dados irão acrescentar mais sinais de que a inflação está a arrefecer e reforçar a visão de que as taxas de juro poderão ter atingido o seu pico”, completa o analista do Investing.com.
IPCA e Selic no Brasil
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central também inicia reunião de dois dias na terça, com decisão na quarta pela noite. Economistas esperam que a Selic caia de 12,25% para 11,75% ao ano, com corte de meio ponto, assim como na última reunião e indicado na comunicação mais recente do BC.
Na terça, as atenções estarão voltadas ao Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) às 9h. Jadye Lima, economista da WIT, assessoria da XP (BVMF:XPBR31), destaca que a prévia da inflação oficial, que variou 0,33%, indicou alimentos e bebidas em alta, após um processo de deflação, assim como um impulso de dois dígitos em passagens aéreas, o que elevou o acréscimo nos transportes. Por outro lado, o setor de comunicação esteve em baixa.
Com esse cenário e crescimento da economia brasileira medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) acima do esperado, a expectativa é de que o Copom mantenha o ritmo de cortes, em sua visão. “Era esperado um PIB negativo, mas veio em 0,1%, perto da estabilidade, o que também aliviou um pouco a pressão sobre a reunião do Copom porque, caso a gente tivesse um PIB com uma contração, poderia ter uma pressão por parte da ala do governo em fazer com que as quedas fossem mais intensas”, explica, indicando tranquilidade para os diretores da autoridade monetária. A especialista avalia que a preocupação gira em torno do próximo ano e os investidores estarão atentos aos indicativos do Comitê no comunicado sobre as próximas definições.
Outros destaques na agenda
O Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido do mês de outubro também será divulgado na quarta, com projeção consensual de uma retração mensal de 0,1%. O país divulga sua taxa de juros na quinta, com expectativa de manutenção em 5,25%. A Zona do Euro também define sua taxa de juros na quinta, e economistas também aguardam que a taxa fique a mesma, em 4,5%.
No Brasil, a quarta ainda será de divulgação de dados do crescimento do setor de serviços em outubro e confiança do consumidor, enquanto as vendas no varejo saem na quinta e o Índice de atividade econômica (IBC-Br) do mesmo mês será conhecido na sexta-feira. Em setembro, o volume de serviços prestados recuou 0,3% frente ao mês anterior. Na última divulgação, o IBC-Br recuou 0,06%