📖 Guia da Temporada de Balanços: Saiba as melhores ações escolhidas por IA e lucre no pós-balançoLeia mais

'Não concordo que a desoneração não tenha dado certo', diz economista-chefe da Fiesp

Publicado 18.07.2024, 08:12
© Reuters.  \'Não concordo que a desoneração não tenha dado certo\', diz  economista-chefe da Fiesp

No auge do acalorado debate em torno da manutenção ou não da desoneração da folha de pagamento para os 17 setores da economia que reclamam para si a condição de maiores empregadores do País, o economista-chefe da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Igor Rocha, surge como uma voz discordante da tese de que o benefício não teria dado certo.

Segundo ele, se é para discutir a eficácia do benefício, é preciso que se coloque em debate o "contrafactual" - situação ou evento que não aconteceu, mas que poderia ter acontecido. Só assim, na avaliação do economista da Fiesp, poderia se chegar a uma conclusão sobre onde a indústria - que vem caindo há mais de uma década - estaria se não usufruísse da desoneração.

"Não concordo que a desoneração não tenha dado certo. O contrafactual tem que ser posto. Será que a indústria - que está caindo - não estaria pior não fosse a desoneração?", questiona Rocha.

Vocalizando o discurso da alta cúpula da Fiesp, Rocha reitera que o que a indústria pleiteia é carga tributária igual para todos os setores. A avaliação do economista é a de que a desoneração só existe - se fez necessária - por causa da distorção do sistema tributário brasileiro, que permite alguns segmentos da economia pagarem menos impostos que outros.

"A desoneração existe por causa da distorção na cadeia tributária do setor produtivo. Faz sentido, sim, discutir o fator gerador desta distorção, do causador da doença", aponta o chefe do Departamento Econômico da Fiesp.

Para Rocha, é preciso que as autoridades ouçam e discutam com o setor produtivo o que deu certo e o que deu errado na desoneração.

Em analogia simples, ele cita a figura de dois amigos que descem para o litoral paulista, sendo que um paga o pedágio de R$ 35 e outro paga apenas R$ 1. Na praia, como compensação, o que pagou mais pelo pedágio ganha tíquete para tomar uma água de coco de graça, e o sujeito que pagou apenas R$ 1 pelo pedágio tenta tirar a água de coco do amigo. Isso, de acordo com o economista, é o que estão tentando fazer com a indústria, na esteira da proposta de reonerar a folha de pagamento.

De acordo com a Receita Federal, a manutenção da desoneração para esses 17 setores representará, para o governo, uma renúncia fiscal de R$ 12 bilhões em 2024, R$ 12 bilhões em 2025, R$ 13 bilhões em 2026 e R$ 13 bilhões em 2027.

Reforma tributária

Igor Rocha vê com preocupação o que se desenha no atual estágio da reforma tributária, que se encontra na fase de aprovação da regulamentação. De acordo com ele, a preocupação decorre do fato de que a alíquota padrão do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) poderia, segundo o Ministério da Fazenda, ficar em 21% - ou seja, em linha com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE): grupo de países, essencialmente, integrado por economias avançadas.

"Mas vamos ter uma alíquota de 26,5% porque setores com grande poder de lobby estão pressionando para manter os benefícios que já têm. O IVA é um modelo bom, e a reforma é boa também, mas poderia ser melhor", afirmou ao questionar como um setor que está na ponta do processo produtivo, que não paga imposto, pode querer crédito tributário.

Últimos comentários

Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.