Por Giulia Segreti e Alex Fraser
VENICE (Reuters) - O primeiro cruzeiro a sair de Veneza desde que as restrições contra o coronavírus foram aliviadas zarpou neste sábado, mas alguns moradores locais protestaram contra o retorno à normalidade, insatisfeitos com a passagem de navios gigantes pela cidade histórica.
Centenas de pessoas se reuniram em terra e pequenos barcos com bandeiras dizendo “Sem navios grandes” e seguiram o MSC Orchestra, com 92.000 toneladas, quando ele zarpava do porto de Veneza com destino a Croácia e Grécia.
“Estamos aqui porque somos contra essa passagem, mas também contra um modelo de turismo que está destruindo a cidade, expulsando moradores, destruindo o planeta, as cidades, e poluindo”, disse Marta Sottoriva, professora de 29 anos e moradora de Veneza.
Mas autoridades portuárias, trabalhadores e a administração da cidade receberam de braços abertos a saída do Orchestra, operado pela MSC Cruzeiros, como um símbolo do reinício dos negócios após a crise sanitária que atingiu em cheio a indústria de cruzeiros e o setor de viagens em geral.
“Estamos felizes por estarmos de volta... reiniciando os motores. Nós nos preocupamos muito com Veneza e há muitos anos pedimos uma solução estável e administrável para os navios”, disse Francesco Galietti, diretor-nacional do grupo comercial Cruise Lines International Association (CLIA, sigla em inglês).
Alguns moradores pedem há anos que o governo proíba que grandes cruzeiros e outros grandes navios passem pelos canais e atraquem não muito longe da famosa Praça de São Marcos.
(Por Giulia Segreti)