BRASÍLIA (Reuters) - O Santander Asset Management Brasil revisou sua projeção para a taxa Selic ao final de 2024 de 9,5% para 10,25% nesta quarta-feira após a divulgação de ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que, segundo a instituição, reforçou tom cauteloso do comunicado divulgado logo após a decisão sobre os juros na semana passada.
A gestora de ativos também elevou sua estimativa para o patamar da taxa básica ao final de 2025 de 8,5% para 9,5%.
Para o Santander (BVMF:SANB11) Asset, o comunicado da quarta-feira passada em que o Copom anunciou a desaceleração do afrouxamento monetário, com um corte de 0,25 ponto percentual, já havia indicado uma trajetória mais conservadora do que a esperada para a Selic.
“A ata reforçou essa leitura, com uma avaliação geral de conjuntura mais cautelosa, considerando o ambiente global mais adverso, a atividade doméstica com maior dinamismo e o cenário prospectivo mais desafiador para a inflação local, com um Copom particularmente atento ao comportamento das expectativas inflacionárias”, afirma Eduardo Jarra, chefe de economia e estratégia da Santander Asset.
A instituição destacou a recente alta das expectativas de inflação como fator para a revisão, e também como ponto de monitoramento à frente, mas, segundo o economista, o cenário externo não teve "influência relevante” na decisão.
O Copom cortou a Selic para 10,50% ao ano na semana passada, em uma votação dividida entre seus membros. O ajuste veio após seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual.
A decisão não foi unânime, com todos os quatro diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva tendo votado por um corte de 0,50 ponto, o que alimentou receio no mercado de que a autarquia se torne menos incisiva no controle à inflação a partir de 2025, quando os nomeados pelo novo governo serão maioria no Copom.
(Reportagem de Victor Borges)