BRASÍLIA (Reuters) - O diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino, disse nesta quinta-feira que várias soluções estão sendo consideradas pela autarquia para o problema da redução dos depósitos de poupança, evidenciada por dados divulgados no Relatório de Economia Bancária de 2023.
"Várias coisas estão postas sobre a mesa. Nós estamos avaliando, obviamente. Nós precisamos avaliar o tempo todo e estamos escutando o mercado", disse o diretor em coletiva de imprensa sobre o relatório.
Aquino afirmou que não há prazo para o estabelecimento de qualquer solução. Mais cedo, ele sinalizou que a redução nas poupanças é um desafio em particular para o financiamento imobilíario.
"A gente percebe claramente que a poupança é um desafio para todos nesse momento, principalmente no que diz respeito ao financiamento imobiliário", pontuou.
O relatório divulgado pelo BC nesta quinta-feira mostrou que os estoques de poupança recuaram no país em 2%, ou cerca de 15 bilhões de reais, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2023.
Dados da autoridade monetária divulgados em janeiro já haviam registrado que as cadernetas de poupança apresentaram um resgate líquido em 2023 de 87,8 bilhões de reais, ficando apenas abaixo do recorde registrado no ano anterior.
As poupanças tiveram ingressos líquidos somente em junho e dezembro. Os recorrentes saques no ano passado aconteceram em um cenário de juros ainda elevados, que reduzem a competitividade da poupança.
A taxa Selic agora está em 10,5% ao ano, após sete cortes consecutivos.
Em 2024, as poupanças iniciaram o ano com o maior volume de saques líquidos em um ano, de 20,149 bilhões de reais.
(Por Marcela Ayres, em Brasília, e Fernando Cardoso, em São Paulo)