Fique por dentro das principais notícias do mercado desta segunda-feira

EdiçãoJulio Alves
Publicado 22.09.2025, 08:03
© Reuters.

Investing.com - Os índices futuros das ações nos EUA recuam levemente antes da abertura das bolsas em Nova York nesta segunda-feira, com investidores ajustando posições para uma semana marcada por balanços de empresas de tecnologia e indicadores econômicos de peso.

A fabricante de chips Micron aparece entre os principais destaques corporativos, enquanto analistas buscam novas evidências sobre a sustentabilidade do entusiasmo em torno da inteligência artificial.

Ao mesmo tempo, ações de companhias de TI indianas cedem após o anúncio de uma nova taxa de visto de trabalho nos EUA, e os papéis da BYD recuam depois de relatório apontar que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, encerrou totalmente sua posição na montadora chinesa de veículos elétricos.

No Brasil, os investidores aguardam novas projeções econômicas no boletim Focus.

1. Futuros em queda em Wall Street

Os contratos futuros dos índices norte-americanos iniciaram o dia em território negativo, em um ambiente de cautela antes de uma série de resultados do setor de tecnologia e de dados econômicos relevantes.

Às 7h01 de Brasília, o futuro do Dow Jones cedia 87 pontos, ou 0,2%, o S&P 500 recuava 12 pontos, também 0,2%, e o Nasdaq 100 caía 46 pontos, equivalente a 0,2%.

Na sessão anterior, as bolsas de Nova York registraram o segundo fechamento seguido em máximas históricas, com o volume de negócios atingindo o nível mais alto desde abril. O S&P 500 e o Nasdaq Composite, de forte peso tecnológico, acumularam a terceira semana consecutiva de ganhos, favorecidos pelo corte de 25 pontos-base na taxa básica pelo Federal Reserve e pela sinalização de que novas reduções podem ocorrer nos próximos meses.

Entre os destaques corporativos, os papéis da FedEx avançaram após divulgar resultado trimestral acima das projeções, enquanto a Apple ganhou terreno depois que o JPMorgan elevou o preço-alvo para as ações da fabricante do iPhone.

2. Micron entre os resultados de tecnologia desta semana

O foco do mercado se volta agora para os balanços do setor de tecnologia, que podem oferecer sinais atualizados sobre o apetite em torno da inteligência artificial.

O avanço da IA tem sustentado parte da valorização dos índices acionários, o que torna cada divulgação de empresas ligadas a essa tendência um ponto de atenção para os investidores.

Na terça-feira, a Micron divulgará seus números após o fechamento de Wall Street. A expectativa em torno da fabricante de chips é positiva, especialmente após os expressivos retornos de pares como Broadcom e Oracle Financial Software, além de relatórios otimistas de casas de análise, segundo a Vital Knowledge.

Na quinta-feira, a Jabil, fornecedora da Apple e com forte exposição a data centers voltados para IA, apresentará seu balanço trimestral. No mesmo dia, a Accenture divulgará seus resultados, em meio a preocupações sobre como a IA pode afetar suas linhas de negócio.

Enquanto isso, empresas de tecnologia de grande capitalização permaneceram estáveis no pregão de Frankfurt após a decisão do presidente Donald Trump de instituir nova taxa para o visto H-1B.

Na sexta-feira, a Casa Branca anunciou a cobrança anual de US$ 100.000 das companhias para concessão desse tipo de visto. Com isso, empresas como Microsoft, Alphabet e Goldman Sachs orientaram funcionários a não deixarem os EUA ou a retornarem imediatamente.

Na Índia, ações de gigantes de TI como Tech Mahindra, Tata Consult e Infosys caíram diante da notícia. O visto H-1B sempre foi crucial para empresas indianas alocarem profissionais em projetos nos EUA, onde parte expressiva de sua receita é gerada.

O setor de tecnologia indiano construiu boa parte de sua expansão com a terceirização de serviços para o mercado americano. O endurecimento das regras por Trump sugere potenciais barreiras adicionais, em um momento em que também foram dobradas as tarifas contra importações da Índia para 50%, em resposta à compra de petróleo russo pelo país.

3. Ações da BYD caem após notícia de que Berkshire Hathaway encerrou posição na empresa

Os papéis da BYD recuaram nas bolsas de Hong Kong e da China nesta segunda-feira, após a confirmação de que a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, liquidou integralmente sua participação na montadora de veículos elétricos, encerrando um investimento que havia gerado elevados retornos ao longo dos anos.

As ações da BYD listadas em Hong Kong, por meio das quais a Berkshire mantinha sua fatia, caíram 3,5%, cotadas a HK$ 109,50. O movimento também pressionou o índice Hang Seng, que recuou 1,0%. Os papéis negociados na China continental registraram queda de 1,0%.

Segundo a CNBC, a Berkshire confirmou a saída completa da posição, após ter indicado em documento no início do ano que o valor contábil do investimento havia sido zerado.

A redução começou em meados de 2022, quando a Berkshire passou a vender gradualmente a posição construída há mais de uma década. Em 2024, sua fatia já havia sido reduzida para menos de 5% das ações em circulação da montadora.

4. Ouro atinge máxima histórica

O ouro alcançou um novo recorde nesta segunda-feira, sustentado pela perspectiva de novos cortes de juros nos EUA após a recente decisão do Federal Reserve de reduzir o custo do crédito.

O ambiente segue favorável ao metal precioso antes da divulgação de dados relevantes de inflação nos EUA nesta semana, incluindo o índice preferido pelo Fed. Além disso, membros da autoridade monetária devem se pronunciar em diversos eventos públicos.

Taxas de juros mais baixas favorecem ativos sem rendimento, como o ouro, ao reduzir o custo de oportunidade. O movimento também se refletiu em outros metais, que acompanharam a trajetória de valorização após a decisão do Fed.

No momento da redação, o ouro à vista avançava 0,9%, a US$ 3.715,50 por onça, enquanto os contratos futuros do metal subiam 1,2%, para US$ 3.750,20 por onça.

5. Projeções econômicas no Brasil

Na agenda local, o destaque é o ajuste das projeções para a economia brasileira para este e os próximos anos, segundo o boletim Focus, pesquisa semanal do banco central com analistas do mercado.

No relatório da semana passada, houve uma revisão marginal para baixo na projeção da inflação (IPCA) de 2025, agora em 4,83%, enquanto a estimativa para 2026 foi mantida em 4,30%, ambas acima da meta de 3% ao ano.

A pesquisa também indicou manutenção da Selic em 15% ao fim de 2025 pela 12ª semana consecutiva, mas ajustou a previsão para 2026, reduzindo-a a 12,38% após 32 semanas de estabilidade.

O câmbio esperado para o final de 2025 passou a R$ 5,50, com 2026 mantido em R$ 5,60.

Quanto ao crescimento, o PIB de 2025 permaneceu estimado em 2,16%, mas a projeção para 2026 foi ligeiramente reduzida para 1,80%.

Nesta semana, a agenda econômica no Brasil terá como destaques a ata do Copom, o Relatório de Política Monetária do banco central, a divulgação do IPCA-15 de setembro e os dados do setor externo.

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